"Vitória! Milhares e milhares de pessoas fizeram campanha nestes dias e acreditaram que a Roménia pode mudar na direção certa", afirmou, perante centenas de apoiantes que agitavam bandeiras romenas e da União Europeia e gritavam "Rússia, não te esqueças, a Roménia não é tua".
O candidato centrista falava quando vencia com 54%, numa altura em que estavam escrutinados quase 99% dos votos da segunda volta das presidenciais.
"A Roménia vai ter um novo Presidente. Sim, este Presidente, em equilíbrio de forças com os outros poderes do Estado. Ele continuará a precisar do apoio da sociedade, lembrem-se", pediu.
O país, acrescentou, "precisa de cada um de vós".
"Precisa de especialistas para se envolverem em diferentes políticas públicas. Precisa de pessoas da sociedade civil, precisa de novas pessoas na política", salientou.
Aos apoiantes do adversário George Simion, líder do partido de extrema-direita Aliança para a União dos Romenos (segunda força política no Parlamento), que venceu a primeira volta com 41% dos votos, transmitiu "todo o respeito por aqueles que tiveram uma escolha diferente hoje e por aqueles que tiveram uma escolha diferente na primeira volta".
"Temos de construir uma Roménia juntos, independentemente das opções políticas", salientou.
"Vamos continuar a acreditar na Roménia e, a partir de amanhã, vamos trabalhar", apelou.
Antes, numa declaração ao meio romeno Antena 3 CNN, Nicusor Dan estabeleceu como prioridades resolver o défice orçamental, a segurança do país e iniciar discussões para formar um novo governo nas próximas semanas, após a demissão do anterior primeiro-ministro.
Nicusor Dan anunciou que pretende iniciar "discussões informais" já na segunda-feira, e "depois uma discussão técnica dentro de algumas semanas", manifestando-se convicto de que o novo executivo será formado "em algumas semanas".
"A discussão sobre o novo Governo não será apenas sobre quem será o primeiro-ministro, mas também sobre o conjunto de medidas que devemos tomar pelo menos até ao final do ano", acrescentou Nicusor Dan.
O anterior primeiro-ministro, o social-democrata Marcel Ciolacu, demitiu-se no dia seguinte à primeira volta das presidenciais, realizada em 04 de maio, depois de o candidato apoiado pela coligação governamental (sociais-democratas, liberais e minoria húngara) ter falhado a passagem à segunda volta.
"Do ponto de vista político, vou discutir com os líderes políticos, mas estou à espera de ver o que acontece dentro dos partidos. Parece haver turbulência no PSD [Partido Social Democrata]. Pelo que sei, há discussões lá. O PSD tem uma tensão interna que precisa de resolver", afirmou Nicusor Dan, presidente da câmara de Bucareste e que avançou como candidato independente às presidenciais.
O centrista deixou também uma mensagem aos apoiantes do seu adversário, o nacionalista George Simion.
"Em primeiro lugar, o meu respeito. Essas pessoas estão indignadas com a forma como a política tem sido feita na Roménia e como a prosperidade tem sido distribuída de forma desigual na sociedade. Elas estão indignadas com a corrupção", disse.
"Não importa o quão respeitoso eu seja com eles, até que sintam que o Estado romeno também está a trabalhar para eles, essa hostilidade permanecerá", acrescentou, definindo como objetivo "convencer as pessoas de que o Estado romeno está a começar a trabalhar para elas novamente".
Questionado sobre quais são as primeiras capitais que pretende visitar, uma vez eleito Presidente, respondeu: "Bruxelas [sede da União Europeia e da NATO], Chisinau [capital da vizinha Moldova], Washington [capital dos Estados Unidos], esses são os primeiros destinos, dependendo da situação", disse Nicu?or Dan.
Os eleitores romenos foram hoje chamados às urnas para eleger o próximo Presidente, num contexto de marcada polarização, confrontados com dois candidatos com propostas políticas opostas: o nacionalista George Simion, crítico da União Europeia e contra o apoio militar à Ucrânia, e Nicusor Dan, presidente da câmara de Bucareste, que declarou querer manter a Roménia no caminho pró-Ocidente.
A Roménia faz parte da União Europeia e da NATO, que tem neste país uma importante missão, no contexto da invasão russa da vizinha Ucrânia.
Estas presidenciais foram marcadas pela polémica, depois de uma primeira volta ter sido anulada em dezembro passado pelo Tribunal Constitucional, numa decisão inédita, por suspeita de interferência russa, que teria beneficiado nas redes sociais, nomeadamente no TikTok, o candidato pró-russo Calin Georgescu.
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