Uma das vítimas do atropelamento à porta do estádio do RCE Espanyol, em Barcelona, na passada quinta-feira, quebrou o silêncio num texto em que documenta a sua versão dos factos e no qual pede que os responsáveis "paguem proporcionalmente pelos atos que praticaram" naquele dia.
A vítima em questão, identificada apenas como I.G., terá ficado ferida num primeiro atropelamento, tal como relatou ao La Grada, ainda antes dos vídeos que estão a circular nas redes sociais.
"Estávamos a cantar e a festejar a poucos metros de uma carrinha dos Mossos d'Esquadra quando, de repente, e sem qualquer possibilidade de reação, atropelou-me um carro branco, ficando com o braço esquerdo completamente preso entre a roda dianteira direita e o pavimento da calçada, numa zona completamente pedonal, notando, durante alguns segundos, o atrito da roda a acelerar no meu braço, e um enorme grupo de adeptos a tentar socorrer-me e parar o carro", escreveu.
"Por outro lado, tenho um hematoma tão grande na perna direita devido ao esmagamento que tiveram de operar-me de urgência e mudar de hospital devido a uma hemorragia interna", continuou.
Ainda sobre o momento em que tudo aconteceu, lembrou que o seu braço se conseguiu "libertar" e "várias pessoas" agarram-na, levando-a para fora do local. "É a partir desse momento que acontece tudo o que se tem visto nas redes e nos media", indicou.
"Espero que tudo o que explico nesta declaração seja tido em conta e que os responsáveis paguem proporcionalmente pelos atos que praticaram na quinta-feira. Por último, gostaria de agradecer a todas as pessoas que me ajudaram, desde amigos a pessoal médico e a pessoas anónimas, e envio as minhas mais sinceras saudações a todos os feridos e às suas famílias, desejando-lhes uma rápida recuperação", completou.
Recorde-se que a principal suspeita do atropelamento foi libertada este sábado. Terá de se apresentar regularmente em tribunal e a sua carta de condução e carro foram apreendidos.
No total, 17 pessoas ficaram feridas antes do jogo Espanyol - FC Barcelona.
A mulher, de 34 anos, foi submetida a testes de álcool e drogas, que tiveram resultado negativo.
Fontes da investigação referem que a principal hipótese continua a ser acidental, embora também vá ser avaliado o estado mental da mulher e se esta poderá ter perdido os nervos quando estava rodeada de adeptos que assistiam ao jogo de futebol.
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