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Amnistia Internacional apela à suspensão da execução de oito pessoas

O estado norte-americano do Arkansas deve suspender a execução de oito presos que mantém atualmente no "corredor da morte", sete dos quais deverão ser executados nos próximos 11 dias, defendeu hoje a Amnistia Internacional.

Amnistia Internacional apela à suspensão da execução de oito pessoas
Notícias ao Minuto

16:38 - 13/04/17 por Lusa

Mundo Arkansas

A organização de defesa dos direitos humanos manifestou preocupações de ordem legal, assim como assinala que dois dos homens que enfrentam a pena de morte sofrem de perturbações mentais sérias.

O estado do Arkansas não sentenciou ninguém à pena capital em mais de uma década mas decidiu executar diariamente dois homens nos próximos dias 17, 20 e 24 de abril e ainda mais um homem no próximo dia 27 de abril, porque uma das drogas utilizadas na execução, o midazolam, expira no final do mês e as reservas estaduais não podem ser repostas devido ao boicote das farmacêuticas.

"O calendário apertado destas execuções não tem precedentes na história moderna dos Estados Unidos. Quatro meses apenas depois dos Estados Unidos registarem a mais baixa taxa de execuções capitais em um quarto de século, o Arkansas prepara-se para inverter esta tendência positiva numa vergonhosa corrida por causa de data de validade de uma droga", afirmou Erika Guevara Rosas, diretora da Amnistia Internacional para as Américas, num comunicado enviado às redações pela organização.

"Não é demasiado tarde para o Arkansas parar estas execuções. O tapete rolante de morte que se prepara para pôr em movimento mostra como está desfasado com o resto do mundo no que toca à morte sancionada pelo Estado, que se encontra globalmente em declínio, à medida que mais e mais governos, e mais e mais estados norte-americanos, a reconhecem como o anacronismo cruel que é", acrescentou.

A Amnistia Internacional continua a apelar ao governador do estado, Asa Hutchinson, para comutar todas as oito sentenças.

Também a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, apelou esta quarta-feira ao governador do Arkansas para comutar as execuções por injeção letal programadas para os próximos dias.

"A União Europeia opõe-se à pena capital, que não dissuade o crime, é uma violação inaceitável da dignidade e da integridade humanas e não pode ser justificada em quaisquer circunstâncias", lê-se num comunicado divulgado em Bruxelas.

"Apelamos ao governador do Arkansas para comutar as sentenças de Bruce Earl Ward, Don Williamson Davis, Ledell Lee, Stacey Eugene Johnson, Jack Harold Jones, Marcel W. Williams, Kenneth D. Williams e também de Jason F. McGehee, que foi temporariamente suspensa, e não os submeter à pena de morte", salienta o comunicado.

Os homens, acusados de vários crimes, já se encontravam no corredor da morte há mais de 20 anos e estas execuções, sublinha Mogherini, "irão violar uma moratória 'de-facto' da pena de morte que é cumprida nos EUA deste novembro de 2005".

A cumprir-se, é a primeira vez que nos Estados Unidos são cumpridas sete execuções em 11 dias, desde que a pena de morte foi reinstalada, em 1977.

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