Brincou com palavra "morto" e foi preso 22 anos por crime que não cometeu
Angelo Massaro é inocente. Mas tal só ficou provado 22 anos após ter sido colocado atrás das grades.
© Reprodução El Mundo
Mundo Itália
Prepara o miúdo que em 10 minutos passo a apanhá-lo, enquanto me desfaço deste morto”. Esta frase, dita por Angelo Massaro à esposa numa conversa telefónica, mudou a vida do homem italiano.
A chamada foi intercetada pelas autoridades, que consideraram que o Angelo estaria a referir-se ao cadáver de um amigo, desaparecido dias antes. Na verdade, o “morto” era simplesmente uma ferramenta mecânica pesada.
A má interpretação da escuta telefónica conduziu a que o homem – que agora se sabe ser inocente – fosse condenado a 24 anos de prisão. Entrou em 1995 e só saiu em fevereiro de 2017 (22 anos depois), quando o tribunal decretou que afinal a sua condenação havia sido infundada.
Quando chegou à prisão, Angelo tinha um filho de um ano e outro de apenas um mês. Agora são já adultos, sem que o pai lhes pudesse acompanhar o crescimento.
Ao El Mundo, Angelo Massaro admitiu sentir-se “sequestrado pelo Estado italiano e totalmente indefeso”. A sua prioridade é, aponta, “encontrar o responsável pelos erros do processo, para que não se repitam e para que mais ninguém pelo mesmo”.
O caso de Angelo Massaro torna-se mais surreal tendo em conta que esta não foi a primeira vez que o mesmo homem foi condenado por um crime que não cometeu. Já em 1991 havia sido condenado por homicídio e libertado da prisão um ano depois, por se provar que estava inocente.
Recebeu, na altura, uma indemnização de 10 milhões de liras (cerca de cinco mil euros). Desta vez, diz que nem “todo o ouro do mundo” compensaria os 22 anos que passou atrás das grades.
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