EUA recusam "de momento" colaborar com Rússia a nível militar
Os Estados Unidos pretendem manter um diálogo político com a Rússia de Vladimir Putin, mas não preveem "de momento" colaborar com os russos no plano militar, afirmou hoje em Bruxelas o secretário norte-americano da Defesa, James Mattis.
© Getty Images
Mundo James Mattis
O general Mattis falava no âmbito de uma reunião com os seus homólogos da NATO, durante a qual garantiu o compromisso dos Estados para com a Aliança, afirmando-se ainda impressionado "com a força da ligação transatlântica".
Questionado sobre se atualmente é possível confiar na Rússia, que tem mantido uma relação crispada com a NATO, James Mattis respondeu: "A questão da Rússia é que eles devem respeitar o direito internacional, como nós esperamos que o faça qualquer nação razoável neste planeta".
"Neste momento não estamos em posição de colaborar a nível militar, mas os nossos dirigentes políticos vão dialogar e tentar encontrar espaços de entendimento", salientou o novo chefe do Pentágono.
Trata-se, disse, de fazer com que a Rússia "respeite os seus compromissos e regresse a uma parceria, ou a uma forma de parceria, com a NATO". "A Rússia deverá, antes disso, mostrar-se digna", sublinhou James Mattis.
A NATO decidiu recentemente reforçar a presença militar no seu flanco Leste, de uma forma sem precedentes desde o fim da Guerra Fria, como forma de contrariar a atitude da Rússia desde a anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014, considerada ameaçadora pela Aliança Atlântica.
Quatro batalhões multinacionais de mil homens cada estão a ser mobilizados para três países bálticos e para a Polónia.
Em finais de janeiro, pouco depois da entrada em funções do Presidente Donald Trump, a Casa Branca disse estar disponível para lançar operações militares conjuntas com Moscovo contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI) na Síria.
"Se há uma possibilidade de combater o Estado Islâmico com outro país, não interessa qual, seja a Rússia ou outro, e se nós tivermos um interesse nacional sobre essa matéria, então estamos prontos", disse na altura o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
Hoje, antes das declarações de James Mattis, o presidente russo, Vladimir Putin, tinha pedido o "restabelecimento do diálogo" entre os serviços de informações da Rússia e dos Estados Unidos em nome da eficácia do combate ao terrorismo.
"Restaurar o diálogo com os serviços especiais dos Estados Unidos e outros membros da NATO é mutuamente benéfico", disse Putin numa cerimónia com responsáveis do Serviço Federal de Segurança (FSB), transmitida pela televisão.
"É preciso cultivar ao mais alto nível a colaboração em matéria antiterrorista com os nossos parceiros estrangeiros", acrescentou.
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