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Primeiro-ministro da Maurícia demite-se, sucede-lhe o filho

O primeiro-ministro maurício, Sir Anerood Jugnauth, demitiu-se hoje e foi imediatamente substituído pelo seu filho Pravind, tendo a oposição, indignada, condenado uma sucessão de tipo monárquico e exigido novas eleições.

Primeiro-ministro da Maurícia demite-se, sucede-lhe o filho
Notícias ao Minuto

17:27 - 23/01/17 por Lusa

Mundo Demissão

Anerood Jugnauth, de 86 anos, um cacique da política maurícia, apresentou hoje de manhã a demissão à Presidente, Ameenah Gurib-Fakim, em conformidade com o que tinha anunciado no sábado numa mensagem transmitida pela televisão pública.

"O cargo de primeiro-ministro é uma função que envolve grandes responsabilidades. É um grande fardo. Eu assumi-o, mas agora é tempo de ceder o lugar aos jovens", declarou, à saída da Presidência da República.

O dirigente de centro-direita era o chefe de Governo desde dezembro 2014 e o seu mandato terminaria no final de 2019.

"Estou satisfeito por ter sempre servido o país honestamente", acrescentou Jugnauth, que foi também primeiro-ministro entre 1982 e 1985 e, depois, entre 2000 e 2003, e Presidente da República de 2003 a 2012.

O seu filho Pravind foi logo nomeado primeiro-ministro e tomou posse ao início da tarde, juntamente com todo o seu Executivo.

"Estou muito sereno. É uma grande responsabilidade, a que me foi confiada. Teremos de meter já mãos ao trabalho", declarou o novo chefe do Governo após a sua nomeação.

Pravind Jugnauth, de 55 anos, que mantém também a sua antiga pasta das Finanças, é o líder do Movimento Socialista Maurício (MSM), o principal partido da coligação no poder. Foi por isso que a Presidente lhe pediu para suceder ao pai na chefia do executivo.

Mas a sua nomeação desencadeou uma forte reação de rejeição da oposição, que condena a transmissão do poder como uma herança familiar, boicotou a sua tomada de posse e vai mobilizar-se para exigir novas eleições.

"Melhor teria sido que o primeiro-ministro tivesse dissolvido a Assembleia Nacional antes de se demitir e entregasse o voto à população. Não o fez e é uma vergonha que termine mais de 50 anos de carreira política desta maneira", declarou um dos dirigentes da oposição, Paul Bérenger.

"Tencionamos organizar uma campanha política em todo o país para exigir a realização de eleições gerais", acrescentou o antigo primeiro-ministro e líder do Movimento Militante Maurício (MMM).

A oposição instou à realização de uma manifestação na próxima sexta-feira na capital, Port-Louis.

Anerood Jugnauth tinha indicado em setembro que poderia abandonar o cargo antes do fim do mandato. Desde então, a questão da sua sucessão deu lugar a acesos debates no arquipélago de 1,3 milhões de habitantes, que conheceu uma notável estabilidade democrática desde a independência do Reino Unido, em 1968.

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