"A página da operação Sangaris na República Centro-Africana foi virada", disse Le Drian durante uma cerimónia no campo militar de Mpoko, perto do aeroporto, na presença de autoridades locais e do corpo diplomático, de acordo com um correspondente agência de notícias francesa AFP.
Le Drian já tinha assegurado aos líderes centro-africanos que o fim do Sangaris "não significaria o fim das relações militares entre França e a República Centro-Africana".
"O exército francês será certamente menos visível, mas estará presente, ativo e vigilante", disse Le Drian num discurso na Assembleia Nacional centro-africana.
"Vamos manter uma capacidade de intervenção (...) graças às unidades de operação Barkhane (sendo que o comando estará no vizinho Chade) ou outras forças posicionadas na África", declarou o ministro francês.
Cerca de 350 militares franceses, equipas de drones de observação, permanecerão presentes na República Centro-Africana, sendo uma centena na força da ONU (MINUSCA, cerca de 12.000 homens), nomeadamente ao nível do Estado-maior.
A França mobilizou mais de 2.000 militares no auge das tensões ocorridas na República Centro-Africana.
O ministro disse que a operação conseguiu atingir os seus três objetivos: "colocar fim ao caos, acompanhar a introdução das forças internacionais e permitir as eleições democráticas".
"A Sangaris retira-se cedo demais. As nossas forças de segurança não são capazes de assumir o controlo. As forças da ONU estão cada vez mais sobrecarregadas no seu papel de um bombeiro", lamentou hoje o deputado da República Centro-Africana Anicet Georges Dologuele.
No domingo, um acerto de contas entre grupos armados provocou a morte de várias pessoas -- de acordo com uma fonte local foram 10 - no bairro muçulmano de Bangui. Na semana passada, a violência no centro do país matou 25 pessoas, incluindo seis policiais.
A República Centro-Africana caiu no caos em março de 2013 com a queda do Presidente François Bozizé pelos rebeldes do grupo extremista Seleka, maioritariamente muçulmano, e contra a ofensiva das milícias anti-Balaka, maioritariamente cristãos.