Meteorologia

  • 11 MAIO 2024
Tempo
15º
MIN 15º MÁX 23º

Primeira condenação da Igreja Católica por abusos sexuais na Argentina

Um arcebispado argentino foi condenado a pagar uma indemnização de 45.000 euros a um antigo seminarista, vítima de abusos sexuais por um arcebispo, a primeira condenação civil da Igreja Católica na Argentina, segundo o advogado do queixoso.

Primeira condenação da Igreja Católica por abusos sexuais na Argentina
Notícias ao Minuto

19:55 - 15/10/16 por Lusa

Mundo Arcebispado

a primeira vez que se consegue uma condenação civil contra a Igreja Católica na Argentina", país de grande maioria católica, declarou hoje Pablo Bortoli, advogado do ex-seminarista Ruben Descalzo.

O rapaz apresentou há 15 anos queixa de Edgardo Storni, arcebispo de Santa Fé, no nordeste do país, por abusos sexuais, afirmando ter sofrido tais abusos em 1992.

Neste caso que causou escândalo no país, Storni foi, em 2009, condenado por um tribunal criminal a oito anos de prisão, depois de ter sido considerado culpado "de abuso sexual agravado pela relação" de subordinação existente em 1992 entre o então seminarista e ele, um arcebispo.

Mas esta decisão foi revertida num recurso em 2011 e, em seguida, a morte do arcebispo pôs fim ao processo judicial.

Paralelamente, Descalzo iniciou um processo no tribunal cível, e foi neste contexto que o arcebispado de Santa Fé e os herdeiros do prelado foram condenados, na sexta-feira, a "pagar a soma de 756.000 pesos (cerca de 45.000 euros) nos próximos dez dias", um montante equivalente a 100 salários mínimos no país, segundo a decisão hoje divulgada, que pode ainda ser sujeita a recurso.

"O que é alvo da indemnização são os danos morais. Para mim, os danos são investigados e devem ser compensados", declarou a juíza Beatriz Forno de Piedrabuena à rádio LT10, de Santa Fé.

E a responsabilidade civil cabe ao arcebispado, porque o abuso foi cometido nas suas instalações, explicou o advogado.

Ruben Descalzo disse à imprensa que a sua "alegria seria nunca ter sofrido [esses abusos]", mas que estava "satisfeito e aliviado" com a decisão da justiça.

O escândalo rebentou em 2000, com a publicação do livro "Nossa Santa Mãe", da jornalista Olga Wornat, que fazia a denúncia.

O arcebispo Storni, que era alvo de uma investigação interna da Igreja desde 1994, mas negava qualquer culpa, demitiu-se, apesar disso, do cargo, em 2002, e retirou-se para uma quinta pertencente ao arcebispado de Santa Fé, onde morreu alguns anos mais tarde.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório