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Morreu rei da Tailândia. Era o monarca há mais tempo no poder

O rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, morreu hoje aos 88 anos, anunciou o palácio real, num culminar de uma série de problemas de saúde que se arrastavam há quase um ano.

Morreu rei da Tailândia. Era o monarca há mais tempo no poder
Notícias ao Minuto

13:10 - 13/10/16 por Lusa

Mundo Bhumibol Adulyadej

s 15h52 (9h52 em Lisboa), morreu pacificamente no hospital Siriraj", refere um comunicado.

"A equipa médica foi inexcedível, mas a sua condição deteriorou-se", acrescentou a nota do palácio real.

Todas as cadeias de televisão interromperam a emissão e transmitiram um anúncio especial, que começou com imagens a preto e branco do rei.

Um homem, de fato e camisa pretos, leu a a mesma declaração, divulgada minutos antes.

Bhumibol Adulyadej era o monarca há mais tempo no poder e venerado na Tailândia, onde é visto como uma figura unificadora no país marcado por rivalidades políticas.

O monarca estava internado no hospital Siriraj, em Banguecoque, no exterior do qual estavam concentradas há dias centenas de pessoas a rezar pela saúde do rei.

Nos últimos dois anos, Bhumibol Adulyadej esteve quase sempre hospitalizado devido a infeções bacterianas, dificuldades respiratórias, problemas cardíacos e hidrocefalia - acumulação de líquido cefalorraquidiano no cérebro.

O herdeiro do trono da Tailândia é o filho e príncipe Maha Vajiralongkorn, de 64 anos, que tem vivido grande do tempo no estrangeiro.

Bhumibol Adulyadej, o monarca há mais tempo no poder

O mais antigo monarca em exercício, há 70 anos no trono, celebrados em junho, era profundamente venerado na Tailândia, apesar de há quase um ano não ser visto em público.

Nascido em Cambridge, Massachusetts (Estados Unidos), Bhumibol Adulyadej viveu e estudou na Suíça até final da Segunda Guerra Mundial. Chegou ao poder a 9 de junho de 1946, depois da morte do irmão mais velho, o rei Ananda Mahidol, vítima de um acidente com arma de fogo, no palácio real de Banguecoque. O acidente ficou até hoje por explicar.

No início do reinado, já depois da abolição da monarquia absoluta no país, em 1932, o papel do rei foi ensombrado por uma série de líderes militares fortes.

Mas com o apoio de outros membros da família real e alguns generais, Bhumibol Adulyadej fortaleceu o papel da monarquia, com uma série de visitas às províncias mais remotas e através de numerosos projetos de desenvolvimento agrícola.

Apresentado como um semideus e benfeitor da nação, as suas imagens são omnipresentes no país e o culto da personalidade foi reforçado após o golpe de Estado de 22 de maio de 2014, realizado pelos militares em nome da defesa da monarquia.

A família real tailandesa está protegida por uma das leis sobre lesa-majestade mais severas do mundo, e nos últimos dois anos, os processos por crimes de ofensa à monarquia multiplicaram-se e as sanções aumentaram.

Em agosto de 2015, um homem foi condenado a 30 anos de prisão e uma mulher a 28 anos depois de terem publicado na rede social Facebook várias mensagens consideradas insultuosas para a família real tailandesa.

Sem qualquer prerrogativa constitucional, Bhumibol Adulyadej exerceu uma enorme autoridade moral e foi sempre visto como a única personalidade capaz de unir os tailandeses.

Oficialmente, o rei está acima da política, mas Bhumibol interveio em alturas de grande tensão - 1973, 1981 e 1992 -, assistindo a numerosos golpes militares, 19 constituições e ainda mais primeiros-ministros, para encontrar soluções não-violentas em algumas crises.

Alguns críticos contestaram esta versão e argumentaram que Bhumibol Adulyadej apoiou golpes militares e, por vezes, não denunciou violações dos direitos humanos.

Cada vez mais fraco e doente, o rei assistiu em maio de 2014 a mais um golpe de Estado, que colocou no poder o general Prayuth Chan-o-cha. Três meses depois, em agosto, o rei apoiou formalmente Prayuth no cargo de primeiro-ministro.

Em 2006, recebeu do então secretário-geral da ONU Kofi Annan o primeiro prémio de mérito de Desenvolvimento Humano.

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