"Ataques de matriz islâmica desencadearam curto-circuito do medo"
O secretário de Estado do Vaticano alertou hoje, em Lisboa, para "o medo crescente" que ameaça "os valores sobre os quais foi construída" a Europa e a União Europeia, marcada pela "falta de missão e de esperança".
© Reuters
Mundo Pietro Parolin
"Os ataques terroristas de matriz islâmica" em Espanha, no Reino Unido, em França e na Bélgica "desencadearam um curto-circuito do medo", demonstrando a necessidade de uma "melhor coordenação europeia em matéria de segurança", afirmou o cardeal Pietro Parolin, na conferência que proferiu sobre "A Identidade Europeia".
O secretário de Estado do Vaticano considerou que faz "falta uma Europa forte" na construção e manutenção da paz, na oposição ao tráfico de armas e no diálogo e intervenção humanitária para pôr fim aos conflitos.
"Diante das crises geopolíticas em curso, a UE não consegue falar eficazmente a uma só voz", declarou Parolin, referindo-se à recessão económica, crise migratória ou à "terceira guerra mundial aos pedaços", identificada pelo papa Francisco, com os conflitos na Síria, Iraque, Líbia, Somália ou no sul da Ucrânia.
É fundamental "regressar às raízes cristãs sobre as quais a história da Europa se desenvolveu", declarou.
No final da conferência, perante uma sala cheia na Universidade Católica Portuguesa, o cardeal-patriarca de Lisboa Manuel Clemente destacou o papel da Igreja e da universidade no desenvolvimento da Europa "enquanto sentimento e pensamento".
O cardeal Pietro Parolin segue para Fátima, que vai visitar pela primeira vez e onde vai presidir até quinta-feira à peregrinação internacional aniversária de Fátima.
Em agosto de 2013, o papa Francisco nomeou o ex-núncio na Venezuela e arcebispo Pietro Parolin como responsável da Secretaria de Estado do Vaticano.
O anúncio da nomeação de Pietro Parolin como cardeal aconteceu a 12 de janeiro de 2014 e a 22 de fevereiro do mesmo ano foi feito cardeal, no primeiro consistório ordinário do papa Francisco.
Pietro Parolin licenciou-se, em 1986, na academia que forma os diplomatas do Vaticano e começou a trabalhar nas nunciaturas, primeiro na Nigéria e depois no México, até 1992, quando regressou a Roma para integrar a Secretaria de Estado do cardeal Angelo Sodano (1991-2006).
Em 2002, foi nomeado subsecretário para as Relações com os Estados ("ministério dos negócios estrangeiros") e, em 2009, o papa emérito Bento XVI escolheu Parolin como núncio na Venezuela, numa tentativa de melhorar as relações com o então presidente Hugo Chavez e a hierarquia católica.
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