Governo iraquiano acusa Presidente turco de "deitar óleo na fogueira"
O Governo iraquiano acusou hoje o Presidente da Turquia de "deitar óleo na fogueira" e Ancara de falta de seriedade no contencioso sobre a presença de tropas turcas no Iraque.
© Reuters
Mundo Conflito
Erodgan "está a deitar óleo na fogueira" com as suas últimas declarações, disse Saad al-Hadithi, porta-voz do primeiro-ministro iraquiano, em declarações à agência noticiosa France-Presse, acrescentando que as respostas da Turquia tornaram uma questão em torno da lei e da segurança num "problema de natureza pessoal".
O responsável iraquiano reagia a declarações prévias do Presidente turco, que criticou de forma particularmente assertiva o primeiro-ministro iraquiano Haidar al-Abadi, aconselhando-o a "manter-se no seu lugar" após as suas críticas contra a presença militar turca no Iraque.
"Ele insulta-me pessoalmente. Tu não és o meu interlocutor, tu não estás ao meu nível", frisou Erdogan, no decurso de uma intervenção em Istambul transmitida pela televisão.
"Parece que a Turquia não está a ser séria com o Iraque na resolução do problema", acentuou Hadithi.
O primeiro-ministro iraquiano tem apelado à Turquia para retirar as suas tropas estacionadas perto de Mossul (norte), e referiu que não vão desempenhar qualquer função na operação em preparação e destinada a retomar a cidade aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico (EI).
A Turquia tem ignorado estes pedidos e na semana passada o primeiro-ministro Binali Yildirim disse que as forças turcas vão permanecer na região de Mossul "para além do que disser o Governo iraquiano em Bagdad".
O contencioso entre as duas capitais prolonga-se há quase um ano e agravou-se quando o parlamento turco decidiu prolongar o mandato sobre a presença militar turca no Iraque por mais um ano.
Desde a década de 1990 que a Turquia mantém tropas deslocadas no norte do Iraque, em zonas que integram a região autónoma curda do Iraque, que também abrange a área perto de Mossul onde estão presentes as forças turcas.
Na prática, as forças de segurança curdas não estão sob o comando de Abadi, o que significa que o apelo para a retirada turca e a pressão sobre os aliados para garantir esse desfecho constitui de momento o seu principal recurso.
O Iraque apelou para uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para abordar este contencioso, que ameaça complicar os planos para a reconquista de Mossul ao EI.
As tropas iraquianas, apoiadas por conselheiros e forças especiais norte-americanas, preparam atualmente a ofensiva sobre Mossul, mas o início da operação tem registado sucessivos adiamentos.
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