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"Sem mulheres na vida civil não há desenvolvimento"

A União para o Mediterrâneo (UpM) organiza na próxima semana a terceira reunião de alto nível com o tema sobre a mulher, convencida de que sem a inclusão de pleno direito das mulheres na vida civil, empresarial e política não há desenvolvimento.

"Sem mulheres na vida civil não há desenvolvimento"
Notícias ao Minuto

14:15 - 08/10/16 por Lusa

País UpM

"A inclusão da mulher na vida pública na região corresponderia a um aumento de 25% do PIB [Produto Interno Bruto] dos países mediterrâneos", explica o assessor diplomático e porta-voz do secretariado da UpM, Sergi Farré, em entrevista à agência de notícias espanhola Efe.

A igualdade entre homens e mulheres é um dos pontos essenciais para a UpM, sendo que dos 45 projetos que tem em desenvolvimento, uma dezena são dedicados exclusivamente às mulheres, com destaque para "Mulheres do Futuro no Mediterrâneo", que fomenta a formação na área da liderança.

Sergi Farré apelou a uma maior integração económica dos países da bacia do sul e uma maior aposta na cooperação norte-sul, que traga mais recursos económicos destinados ao desenvolvimento.

Deu como exemplo Tunes, cuja transição democrática recebeu o Nobel da Paz no ano passado, e que acaba de eleger um primeiro-ministro jovem. Ainda assim, é o país que mais jhiadistas exporta para a Síria e Iraque e tem um desemprego juvenil que ronda os 50%.

Para alcançar a tão esperada estabilidade na região são necessárias reformas políticas, mas também desenvolvimento económico: "Sem paz não há desenvolvimento e sem desenvolvimento não há paz".

Entre os temas a debate durante esta terceira reunião sobre a mulher, que servirá para preparar a cimeira ministerial de 2017, haverá conferências sobre o papel da mulher como impulsionadora do desenvolvimento, a prevenção do extremismo e a radicalização da migração.

Esta última, por força da atual crise de refugiados, deu especial visibilidade à ligação na região.

"Obviamente é preciso regular os fluxos migratórios, mas também explicar à população que a migração é positiva", defendeu Farré, que deu como exemplo as "histórias de êxito" de muitos prémios Nobel, que em muitas ocasiões residem num país distinto do país de origem.

A UpM, constituída por 28 países da União Europeia e 15 do sul e este do Mediterrâneo, nasceu em 2008 como cimeira da Conferência de Paris e como herdeira do Processo de Barcelona (1995).

Perante uma narrativa de extremos, que numa ponta tem o Mediterrâneo como espaço de encontro ente culturas e no outro o conflito norte-sul, a UpM quer ser um foro inter-regional que promova o diálogo e o desenvolvimento.

Este enfoque é o que vão orientar a próxima conferência de alto nível da organização, que reunirá nos dias 10 e 11 de outubro, em Barcelona, com mais de 200 personalidades chave no setor da igualdade de género e capacitação das mulheres, desde altos funcionários a agências para o desenvolvimento, setor privado e organizações não-governamentais (ONG).

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