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Ex-ativistas e cineasta impedidos de entrar em Macau por segurança

Dois ex-ativistas e um cineasta de Hong Kong denunciaram nos últimos dias terem sido impedidos de entrar em Macau por representarem uma ameaça à segurança, relacionando os casos com a visita do primeiro-ministro da China ao território.

Ex-ativistas e cineasta impedidos de entrar em Macau por segurança
Notícias ao Minuto

19:07 - 06/10/16 por Lusa

Mundo Hong Kong

Um dos casos ocorreu na quarta-feira e trata-se de Fred Lam, que esteve envolvido em movimentos sociais até há cerca de quatro anos.

Fred Lam foi impedido de entrar em Macau, onde pretendia fazer uma palestra numa escola, algo que já fez no passado sem nunca ter sido impedido de entrar no território.

Após a denúncia deste caso, foram conhecidos mais dois de residentes em Hong Kong impedidos de entrar em Macau com o mesmo argumento de ameaça à segurança do território, apesar de terem estado na cidade noutras ocasiões sem qualquer problema.

Um deles é o cineasta Lo Chun-yip, que escreveu na sua página na rede social Facebook que pretendia entrar em Macau para dar um seminário de cinema.

Lo já realizou filmes com temáticas políticas, segundo o portal de notícias Hong Kong Free Press (HKFP).

Segundo Lo, citado pelo portal, quando perguntou às autoridades porque não podia entrar em Macau, responderam-lhe que "era melhor voltar no dia 13 [de outubro]", pedindo-lhe em seguida para esquecer aquilo que lhe tinham acabado de dizer.

Também o antigo ativista Roddy Shaw Kwok-wah foi impedido de entrar em Macau no sábado tendo recebido como explicação que representava uma ameaça, sem mais detalhes, segundo explicou o próprio ao portal HKFP.

"Por ter sido um ativista, penso que estou em algum tipo de lista negra. Acredito que já não estou na lista do Governo de Hong Kong, mas posso continuar na da China", afirmou.

O impedimento de entrada em Macau acontece com alguma regularidade, ao abrigo da lei de segurança interna, habitualmente em dias próximos de datas comemorativas ou de visitas de alto nível, como a do primeiro-ministro Li Keqiang, na próxima semana.

No entanto, a Polícia de Segurança Pública (PSP) de Macau não tem por hábito apresentar motivos concretos. À Lusa, e a propósito do caso ocorrido na quarta-feira, a polícia indicou apenas que é da sua responsabilidade a "inspeção e o controlo da entradas e saídas da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]", incluindo "decidir autorizar ou recusar a entrada de visitantes".

A PSP acrescentou não ter "nada a referir e comentar" sobre "um caso particular".

Li Keqiang vai estar em Macau entre 10 e 12 de outubro, para visitar o território e participar na cerimónia de abertura da 5.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau).

A 19 de dezembro de 2014 - véspera da comemoração dos 15 anos da transferência da administração de Macau de Portugal para a China - quatro jornalistas do Apple Daily e 14 ativistas tiveram entrada recusada no território. Macau recebeu, nessa altura, a visita do Presidente chinês, Xi Jinping.

O HKFP noticiou também hoje que as contas de correio eletrónico de dirigentes da associação pró-democrata Novo Macau foram alvo de piratas informáticos na quarta-feira.

Jason Chao, da associação, em declarações ao portal, relacionou esta tentativa de pirataria com a visita do primeiro-ministro chinês a Macau.

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