Médicos Sem Fronteiras pedem fim de "banho de sangue" em Alepo
O regime de Damasco conquistou hoje território aos rebeldes em Alepo, aproveitando nomeadamente os ataques aéreos do aliado russo, indicou à organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
© Reuters
Mundo Síria
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu hoje a Damasco e Moscovo para terminarem o "banho de sangue" em Alepo, segunda cidade da Síria e principal frente da guerra que assola o país há cinco anos.
Os avanços do regime sírio surgem quando os Estados Unidos e a Rússia - apoiantes da oposição e do regime, respetivamente - parecem estar próximos de uma rutura.
Washington ameaçou travar a cooperação diplomática e Moscovo mantém-se firme na decisão de prosseguir a guerra, apesar da situação em Alepo. De acordo com a ONU, a cidade vive "a mais grave catástrofe humanitária de sempre na Síria".
Hoje, Moscovo acusou Washington "de proteger" os combatentes da Frente Fateh al-Cham (antigo ramo sírio da rede terrorista Al-Qaeda).
Em entrevista à cadeia britânica BBC, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou que Washington "não era capaz" ou "não queria" levar a oposição armada dita moderada a desligar-se daquele grupo extremista.
Em Nova Iorque, a ONU encarregou uma "comissão de inquérito" de esclarecer o ataque aéreo contra um comboio humanitário, no qual morreram pelo menos 18 pessoas, a 19 de setembro, no norte da Síria. Washington atribuiu a responsabilidade a Moscovo, que negou qualquer implicação.
O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane, disse que "as forças do regime capturaram esta manhã o antigo hospital Kindi, depois de na quinta-feira terem tomado aos rebeldes o antigo campo de refugiados palestinianos de Handarat", com o apoio da aviação russa.
Esta conquista territorial permite ao regime ameaçar Hellok e Haydariyé, dois bairros rebeldes no nordeste de Alepo, considerou.
De acordo com o OSDH, pelo menos 15 pessoas foram mortos nos bombardeamentos contra Hellok e outros bairros rebeldes da cidade. Mais de 3.800 civis morreram em um ano de campanha militar russa na Síria.
A agência noticiosa oficial síria SANA afirmou que 15 civis morreram hoje e 40 ficaram feridos no ataque com granadas de morteiro dos rebeldes contra a parte governamental de Suleiman al-Halabi e Midane, um bairro adjacente.
Desde o início da ofensiva em Alepo-leste a 22 de setembro, 216 pessoas foram mortas nos ataques, indicou o OSDH.
Esta violência, a pior desde o início do conflito em março de 2011, reduziu a escombros edifícios e criou uma catástrofe humanitária, com hospitais inundados de feridos nos bairros rebeldes.
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