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Oposição venezuelana questiona silêncio do CNE sobre referendo

A oposição venezuelana questionou hoje o silêncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e advertiu que "tomará a Venezuela" caso nos próximos dias não existam anúncios para a realização do referendo sobre o Presidente Nicolás Maduro.

Oposição venezuelana questiona silêncio do CNE sobre referendo
Notícias ao Minuto

07:16 - 17/09/16 por Lusa

Mundo Venezuela

"Advertimos que, se se atreverem a emitir condições que lesionem a participação dos venezuelanos, não haverá uma 'tomada de Caracas' (como a ocorrida a 01 de setembro do ano passado), mas uma 'tomada da Venezuela', num futuro imediato", garantiu o secretário da Mesa de Unidade Democrática (MUD, aliança opositora que venceu as eleições).

Jesus Torrealba disse ter informação de que o CNE pretende dizer que tem insuficientes máquinas para identificação, recolha de dados biométricos e assinaturas dos cidadãos para convocar o referendo e que os equipamentos vão estar disponíveis apenas em locais de difícil acesso e controlados pelo chavismo.

A denúncia foi feita no âmbito de uma convocatória feita pela MUD para uma "cimeira do povo" em paralelo à cimeira do Movimento de Países Não Alinhados, que decorre na ilha venezuelana de Margarita.

Em resposta, milhares de opositores saíram às ruas de várias cidades para exigir celeridade no processo para convocar um referendo revogatório do mandado do Presidente Nicolás Maduro.

Em Caracas, com 12 estações do metropolitano encerradas, os manifestantes opositores concentraram-se em cinco locais, entre eles Chacaíto (leste), onde conseguiram romper um cordão, mas foram impedidos de chegar à sede da empresa telefónica estatal Cantv (destino final da marcha), por um grupo de simpatizantes do regime.

Os chavistas instalaram um palco, na Avenida Libertador, junto da empresa petrolífera estatal, obrigando os opositores a desviarem a marcha até à Avenida Francisco Solano, onde o presidente do parlamento, Henry Ramos Allup, apelou, sem sucesso, à Polícia Nacional Bolivariana, para permitir-lhes continuar.

Em declarações aos jornalistaas Allup sublinhou não ver "a menor possibilidade de diálogo" entre o Governo e a oposição" e que "cada dia há mais presos políticos, repressão, negação do revogatório e desconhecimento do Estado de Direito".

A imprensa local dá conta que entre as localidades de Acarígua e Araure (sudoeste do país) manifestantes opositoras foram reprimidos pelas forças de segurança com granadas de gás lacrimogéneo e que vários cidadãos foram detidos.

Também que em Valera, no Estado venezuelano de Trujillo (a oeste), alegados simpatizantes do chavismo atacaram, roubaram e danificaram as instalações da câmara municipal, pouco depois da manifestação opositora, segundo testemunhas.

O diário local escreveu que uma pessoa foi baleada e que foi posto fim à marcha.

A oposição venezuelana quer realizar um referendo revogatório do mandato de Nicolás Maduro ainda em 2016 e tem acusado o Conselho Nacional Eleitoral de atrasar propositadamente a calendarização das diferentes etapas do processo.

Se o referendo se realizar até 10 de janeiro de 2017 deverão ser convocadas novas eleições presidenciais, segundo a legislação venezuelana.

Se ocorrer depois dessa data, o vice-Presidente da Venezuela em funções, atualmente Aristóbulo Isturiz, assumirá os destinos do país até 2019, quando termina o atual mandato presidencial.

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