"Se retirada curda não acontecer Turquia tem direito de intervir"
O ministro da Defesa turco afirmou hoje que a Turquia tem "todo o direito de intervir" na Síria se as milícias curdas-sírias não retirarem rapidamente para leste do rio Eufrates, afastando-se da fronteira turca.
© Reuters
Mundo Ministro da Defesa
"Até ao momento, não retiraram, estamos a seguir esse processo com grande atenção [...] Essa retirada é importante para nós", disse Fikri Isik à televisão NVT.
"Se essa retirada não acontecer, a Turquia tem todo o direito de intervir", acrescentou.
A Turquia lançou na madrugada de quarta-feira uma operação em território sírio que visa simultaneamente o grupo extremista Estado Islâmico e os curdos, quer do Partido da União Democrática Curda (PYD), quer da milícia Unidades de Proteção do Povo (YPG).
Ancara considera a milícia uma organização terrorista criada para estabelecer uma região autónoma na Síria.
A hostilidade turca em relação aos curdos coloca Ancara em oposição aos Estados Unidos, que apoiam e colaboram com os curdos na luta contra os 'jihadistas' na Síria.
O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, que na quarta-feira visitou a Turquia, disse à imprensa que Washington disse claramente às milícias curdas para não avançarem para oeste do Eufrates, sob pena de perderem o apoio dos Estados Unidos.
Um porta-voz da coligação internacional que combate o Estado Islâmico referiu que as forças curdas "se movimentaram para leste para lá do Eufrates para preparar a libertação de Raqa", capital 'de facto' dos 'jihadistas' na Síria.
Uma movimentação foi igualmente noticiada pela agência estatal turca Anadolu que, citando fontes diplomáticas turcas, afirma que o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, telefonou ao homólogo turco, Mevlut Cavuvoglu, para o informar de que as milícias curdas começaram a retirar.
Mas, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, apenas um pequeno número de forças curdas atravessou o Eufrates e a maioria permanece do lado ocidental do rio, nomeadamente em volta da cidade de Manbech, tomada ao Estado Islâmico este mês, bastante para ocidente do Eufrates.
Um porta-voz da milícia curda disse à agência France-Presse em Beirute que as YPG não tencionam submeter-se a ultimatos da Turquia.
"As YPG são sírias e estão presentes em território sírio. A Turquia não pode impor restrições de movimentos a sírios em território sírio", disse Redur Xelil.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com