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Boko Haram mata 24 pessoas a tiro no nordeste da Nigéria
Vinte e quatro pessoas morreram quando o grupo 'jihadista' Boko Haram abriu fogo num velório, perto da cidade de Gulak, no nordeste da Nigéria, indicou hoje um líder comunitário.
© Reuters
Mundo Jihad
O ataque ocorreu pelas 20:00 locais (e de Lisboa) de quinta-feira na aldeia de Kuda, perto de Gulak, no Estado de Adamawa, "matando 24 pessoas e ferindo várias outras", disse Maina Ularamu, antigo dirigente da vizinha localidade de Madagali, citado pela agência de notícias francesa AFP.
O porta-voz da polícia de Adamawa, Othman Abubakar, sediada na capital estadual, Yola, a 255 quilómetros de distância, confirmou o massacre, mas forneceu um balanço mais baixo, de 18 mortos, dizendo que "muitas mais pessoas ficaram feridas".
Ularamu indicou que os 'jihadistas' começaram a disparar durante "uma cerimónia de luto" para assinalar a morte de um líder comunitário local.
"Eles chegaram em motorizadas e abriram fogo sobre a multidão, matando 24 pessoas. A maioria das vítimas foram mulheres. Eles saquearam reservas alimentares, queimaram casas e partiram quase uma hora depois", disse Ularamu.
"Gulak foi libertada do Boko Haram, mas os atiradores ainda moram em aldeias próximas. Atacam sobretudo para roubar alimentos", acrescentou.
"As pessoas que fugiram de suas casas para escapar aos ataques do Boko Haram estão a regressar, porque não conseguem viver nos campos [de refugiados], mas agora estão a braços com ameaças do Boko Haram, que realiza ataques noturnos", referiu.
O grupo 'jihadista' Boko Haram ameaçou invadir o Estado de Adamawa em 2014, partindo do seu bastião da floresta de Sambisa, que fica mesmo junto à fronteira do Estado de Borno para Mubi, 80 quilómetros a sul de Gulak.
A ofensiva, que destruiu pontes e habitações na única estrada para sul, para Yola, obrigou dezenas de milhares de pessoas a abandonar as respetivas casa e a refugiar-se em campos e comunidades de acolhimento na capital estadual.
O Boko Haram foi expulso do Estado por uma contraofensiva governamental que começou em janeiro de 2015 e, desde então, tem havido uma calma relativa, apesar de ataques esporádicos no norte desse Estado.
O último ataque em Adamawa tinha sido a 09 de janeiro, quando sete pessoas foram mortas e outras duas ficaram feridas num 'raid' em Madagali.
Antes, disso duas mulheres bombistas suicidas fizeram-se explodir num mercado de Madagali a 28 de dezembro, fazendo 30 mortos, apenas alguns dias depois de o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, ter declarado os 'jihadistas' "tecnicamente derrotados".
Pelo menos 20.000 pessoas morreram e mais de 2,6 milhões estão deslocados desde que o grupo 'jihadista' entrou em ação, em 2009.
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