Venezuela precisa de uma intervenção estrangeira, diz o Washington Post
O diário norte-americano The Washington Post (WP) dedica hoje um duro editorial ao Governo do Presidente venezuelano Nicolas Maduro, insistindo que a Venezuela precisa de uma intervenção política estrangeira que permita preservar a democracia na região.
© Site Washington Post
Mundo Editorial
"A Venezuela precisa desesperadamente de uma intervenção política dos (países) vizinhos, que têm um mecanismo pronto na Organização de Estados Americanos que é a Carta Democrática Inter-americana, um tratado que prevê uma ação coletiva quando um regime viola as normas constitucionais", diz o jornal.
Segundo o WP, "os líderes da região estão distraídos", o "Brasil sofre a sua própria crise política, enquanto a administração de (Barack) Obama está preocupada com Cuba. Enquanto a Casa Branca corteja os Castro eles usam o seu controlo sobre as forças de segurança e informações da Venezuela e ajudam, há muito tempo, Maduro a fomentar táticas 'kamikazes'. É provável que uma explosão não esteja longe".
O editorial começa por explicar que "a vitória da oposição nas eleições parlamentares em dezembro (de 2015) deu à Venezuela uma frágil oportunidade para deter o que tem sido uma acelerada espiral em direção a uma crise económica e política".
"Um país com algumas das maiores reservas de petróleo do mundo está a aproximar-se de um colapso catastrófico. As lojas estão vazias de alimentos básicos e medicamentos e o Governo está a meses de entrar em incumprimento nos pagamentos da dívida externa. A importante escassez de água e eletricidade agravou-se nas últimas semanas, a inflação encontra-se nos três dígitos e aumentou o crime violento", afirma o diário.
Segundo o WP "a única resposta do Governo têm sido medidas sem sentido, como decretar uma semana laboral de quatro dias para todos os funcionários públicos".
O jornal diz ainda que "os líderes da oposição estão a levar a cabo uma estratégica para tentar afastar legalmente o Governo, recolhendo assinaturas para um referendo revogatório e para uma lei que permita reduzir o mandato de Nicolas Maduro".
"É quase seguro que os esbirros do regime no Supremo Tribunal e a autoridade eleitoral declararão como não válidas essas iniciativas, independentemente da sua legalidade. Tendo em conta a privação extrema da população, as possibilidades de desordens em massa são altas", conclui o editorial.
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