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Panama Papers: China acredita que investigação tem propósitos políticos

Um jornal do Partido Comunista da China (PCC) classificou hoje a operação "Papéis do Panamá" como uma campanha de "desinformação", em que Washington possui "particular influência", e que tem como alvo líderes de países não ocidentais.

Panama Papers: China acredita que investigação tem propósitos políticos
Notícias ao Minuto

11:53 - 05/04/16 por Lusa

Mundo PCC

Dirigida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), aquela investigação abrange 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da firma de advogados panamiana Mossack Fonseca.

Especializada em esquemas de evasão fiscal e com uma carteira de clientes prestigiados, a Mossack Fonseca tem mais escritórios na China do que em qualquer outro país, segundo a sua página oficial na Internet.

De acordo com o ICIJ, pelo menos oito atuais ou antigos membros do Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, terão colocado os seus bens em empresas 'offshore'.

A Mossack Fonseca tem escritórios em oito cidades chinesas, incluindo Hong Kong.

O jornal britânico Guardian revela que uma pesquisa interna conduzida por aquela firma indica que a maior proporção de donos das suas empresas 'offshore' são provenientes da China continental, seguido por Hong Kong.

Sob a liderança do atual Presidente chinês, Xi Jinping, Pequim lançou uma persistente campanha anticorrupção, enquanto reprimiu ativistas e dissidentes que exigiam maior escrutínio sobre os titulares de cargos públicos.

Entre os familiares ou pessoas próximos de altos responsáveis chineses envolvidos figura Deng Jiagui, o marido da irmã mais velha de Xi.

Em 2009 - quando Xi era membro do comité permanente do Politburo do PCC, mas não Presidente - Deng tornou-se o único acionista de duas empresas de fachada nas Ilhas Virgens britânicas, revelou o ICIJ.

Sem nunca referir o envolvimento de líderes chineses, o Global Times jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, acusa os documentos analisados de terem "alvos políticos".

Já nos restantes órgãos de comunicação, ou nas redes sociais chinesas, as referências à operação são escassas, enquanto a transmissão de canais de televisão estrangeiros no país, como a estação britânica BBC, é interrompida de cada vez que o caso é mencionado.

Segundo um relatório difundido em 2011 pelo Banco central da China, funcionários chineses corruptos terão enviado um total de 120 mil milhões de dólares (105 mil milhões de euros) para contas no estrangeiro.

A Mossack Fonseca mantém escritórios nas cidades chineses de Xangai e Shenzhen - dois centros financeiros do país -, as cidades portuárias de Qingdao e Dalian, e as cidades Jinan, Hangzhou e Ningbo.

Os documentos, inicialmente conseguidos pelo diário alemão Suddeutsche Zeitung no início do ano passado, foram em seguida divididos pelo ICIJ entre 370 jornalistas de mais de 70 países.

A investigação desencadeou já crises políticas, em alguns países, e noutros, a promessa de processos judiciais.

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