Partido no poder no Burundi acusa Ruanda de quer "exportar" genocídio
O partido no poder no Burundi acusou hoje o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, de querer "exportar" o genocídio depois de o ter "experimentado" no seu país em 1994, segundo um comunicado enviado à AFP.
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Mundo Comunicado
O Burundi enfrenta uma profunda crise política que tem implicado ondas de violência graves desde que, no final de abril do ano passado, o Presidente do país, Pierre Nkurunziza, apresentou a candidatura a um terceiro mandato.
Mais de 400 pessoas foram mortas e mais de 250 mil pessoas fugiram do país e, destes, cerca de 75 mil refugiaram-se no Ruanda desde o início desta crise, sendo que o Burundi tem acusado o país vizinho de estar a armar os opositores de Nukurunziza.
"O laboratório do genocídio é o Ruanda porque o presidente Kagame experimentou-o na casa dele e quer exportá-lo para o Burundi para ser um pequeno imperialista", lê-se no texto assinado por Pascal Nyabenda, presidente do CNDD-FDD, o partido atualmente no poder no Burundi.
Em 1994, em apenas 100 dias, mais de 800 mil pessoas foram massacradas no Ruanda por extremistas étnicos hutus que tinham como alvo a comunidade minoritária tutsi e também os seus adversários políticos, independentemente da etnia.
Cerca de 85% dos ruandeses são hutus, mas a minoria tutsi dominou o país por muito tempo até que, em 1959, os hutus derrubaram a monarquia tutsi e milhares de pessoas desta etnia fugiram para os países vizinhos.
Um grupo de exilados tutsis formou a Frente Patriótica Ruandesa, que invadiu o Ruanda em 1990 e exigiu um acordo de paz que foi estabelecido em 1993.
No entanto, em abril de 1994, foi derrubado o avião onde seguiam os presidentes do Ruanda e do Burundi de então, ambos de etnia hutu, um incidente que os extremistas hutus atribuíram à Frente Patriótica Ruandesa, tendo começado uma campanha organizada de assassinato.
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