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Malásia vai deportar jornalistas por perguntas sobre corrupção

A Malásia vai deportar hoje dois jornalistas da televisão australiana ABC, detidos no estado de Sarawak, no leste do país, por perguntas sobre um caso de corrupção ao primeiro-ministro Najib Razak, informa a imprensa local.

Malásia vai deportar jornalistas por perguntas sobre corrupção
Notícias ao Minuto

06:43 - 15/03/16 por Lusa

Mundo Najib Razak

Os dois jornalistas, Liston Besser e Louie Eroglu, devem comparecer esta manhã diante de um tribunal em Kuching, onde no sábado interpelaram Najib Razak relativamente aos 681 milhões de dólares (620 milhões de euros) nas suas contas bancárias presumivelmente desviados de um fundo estatal.

O chefe da polícia de Sarawak, Dev Kumar, afirmou, em comunicado, que a justiça decidiu não imputar Besser e Eroglu, os quais estavam acusados de obstrução a um funcionário público.

"Os documentos da investigação da polícia foram apresentados à procuradoria a 14 de março. No dia seguinte, a polícia recebeu instruções de que não seriam apresentadas acusações contra os dois", disse Kumar, segundo o jornal The Star.

"Em vez disso, [os jornalistas] serão deportados", acrescentou.

Besser furou um cordão de segurança de Najib para lhe perguntar sobre os milhões depositados nas suas contas enquanto o primeiro-ministro realizava uma visita numa mesquita em Kuching.

Agentes de segurança de Najib rodearam Besser e Eroglu mas acabaram por soltá-los. Contudo, horas depois, a polícia deteve os dois jornalistas, que foram interrogados durante seis horas e viram os seus passaportes confiscados.

A imprensa internacional revelou em meados do ano passado que Najib tinha recebido nas suas contas bancárias 681 milhões de dólares transferidos pelo fundo estatal de investimento 1Malaysia Development Berhard (1MDB), presidido pelo governante.

Inicialmente Nabjb e 1MDB negaram a transferência. Mais tarde o primeiro-ministro admitiu os milhões nas suas contas privadas, mas atribuiu-os a uma doação da família real saudita.

Com 62 anos, Najib ocupa o cargo de primeiro-ministro desde 2009.

Em janeiro, a procuradoria-geral da Malásia ilibou, após uma investigação de seis meses, o primeiro-ministro, Najib Razak, de qualquer responsabilidade penal em relação à entrada dos 681 milhões de dólares nas suas contas privadas.

Este mês, uma nova investigação jornalística elevou a quantidade supostamente desviada para mais de mil milhões de dólares (900 milhões de euros).

Segundo analistas políticos, o escândalo de corrupção abriu uma fissura importante no seio da Organização Nacional da Unidade Malaia, a formação que Najib dirige e que controla a coligação partidária que governa a Malásia desde a sua independência, em 1965.

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