O certame anual, que vai na 61.ª edição, tem uma audiência televisiva de cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo na Austrália, onde é alvo de um fenómeno de culto.

Mas nos últimos anos, a forma como os votos são revelados torna por vezes óbvio quem é o vencedor muito antes do fim da maratona, que geralmente dura mais que três horas.

Este ano, a apresentação dos votos será dividida entre júris nacionais e votação dos espetadores, através de um sistema que os organizadores esperam acrescente 'suspense' à grande noite.

"Em anos anteriores, o vencedor tem sido conhecido até 20 minutos antes do fim da votação e isso não é boa televisão", disse hoje em comunicado Martin Osterdahl, produtor executivo do programa deste ano, responsável pela organização do festival de 2016 em Estocolmo.

A capital da Suécia acolherá o espetáculo a 14 de maio, depois de a interpretação de Mans Zelmerlow ter ganhado ao país a sua sexta coroa no ano passado -- um histórico de vitórias iniciado pelos Abba, em 1974, com "Waterloo".

Embora alguns europeus usem o longo espetáculo como uma desculpa para competições de ingestão de álcool e humor moderadamente xenófobo, o festival pode também ser uma fonte de conflito: em 2013, o facto de o Azerbaijão não ter dado qualquer ponto à Rússia desencadeou um incidente diplomático entre os dois países.

"Esta mudança de formato vai injetar um novo nível de entusiasmo até ao fim", observou Osterdahl.

A primeira metade dos resultados será familiar aos espetadores, com os representantes de cada país concorrente a anunciar os pontos dos respetivos júris, que contarão em 50% para o total.

Outra alteração prevista é que a pontuação mais alta, 12 pontos, só será atribuída pelos júris depois de as pontuações mais baixas de todos os países terem sido reveladas.

No entanto, a maior mudança será a submissão de votos dos telespetadores por telefone, SMS ou através da aplicação oficial para 'smartphone'.

A televotação de todos os países será somada e anunciada em conjunto após a votação dos júris, o que significa que um determinado concorrente pode obter centenas de pontos e clamar vitória nos momentos finais do concurso.

A votação da Eurovisão está, há muito, no centro de controvérsia, com países acusados de dar os 12 pontos máximos a vizinhos e aliados em vez de premiar os méritos musicais das canções concorrentes.

A competição está aberta aos 56 membros da União de Radiodifusão Europeia e já elegeu alguns artistas 'sui generis', entre os quais avós russas, o irlandês Dustin, o Peru, e os vencedores de 2006, a banda finlandesa de heavy metal Lordi, cujos fatos os faziam parecer monstros do filme "Senhor dos Anéis".