Turquia nega planos para iminente intervenção na Síria
A Turquia não tem planos para em breve intervir militarmente na Síria para proteger a sua fronteira, afirmou o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, refutando rumores de uma intervenção evocados na imprensa.
© Reuters
Mundo Ahmet Davutoglu
"Ninguém deve esperar que a Turquia entre amanhã ou num futuro próximo na Síria. É especulação", disse numa entrevista à televisão privada Kanal 7 na quinta-feira à noite.
O chefe do governo turco indicou que "a Turquia não esperará em caso de ameaça à sua segurança interna" para agir, mas assinalou que na situação atual "não se põe a questão de uma intervenção unilateral".
"Nunca nos deixaremos arrastar para uma aventura. O nosso povo pode ficar tranquilo", disse ainda Davutoglu.
Há mais de uma semana que os media turcos afirmam que o governo está a analisar a possibilidade de uma operação militar na Síria para rechaçar da fronteira os 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico (EI) e impedir o avanço das forças curdas, que controlam uma grande parte da zona fronteiriça à Turquia.
Na quinta-feira, os meios de comunicação social informaram que o exército tinha destacado várias centenas de soldados e de veículos blindados para reforçar as forças já colocadas ao longo da fronteira de 900 quilómetros com a Síria.
Desde que em meados de junho as milícias curdas afastaram os 'jihadistas' do EI da cidade fronteiriça síria de Tall Abyad que a administração turca se preocupa com a criação de uma zona autónoma curda no norte da Síria, considerando que a mesma poderia encorajar os 15 milhões que constituem a minoria curda da Turquia.
Ancara acusa as milícias curdas da Síria, próximas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na Turquia, de "limpeza étnica" nos setores que controlam para facilitar o estabelecimento de uma região autónoma, o que as milícias desmentem.
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