Greta Thunberg foi uma das várias pessoas, que seguiam na flotilha humanitária rumo a Gaza, que foram detidas, esta quarta-feira, pelas forças israelitas, depois de terem atravessado águas internacionais.
As forças israelitas partilharam o momento em que estão junto à ativista sueca - um dos rostos mais emblemáticos da missão, que visa chegar ajuda a Gaza.
Pelo menos nove embarcações integradas na flotilha humanitária foram intercetadas pela Marinha de Israel e uma destas foi abalroada em águas internacionais, adiantou na quarta-feira à noite a organização, a Flotilha Sumud Global.
O Ministério das Negócios Estrangeiros de Israel confirmou numa publicação no X que "vários navios" da frota foram "parados em segurança e os seus passageiros estão a ser transferidos para um porto israelita". Escreveu, ainda, que a ativista sueca Greta Thunberg, que estava a bordo do navio líder Alma, "e os seus amigos estão seguros e bem de saúde".
Hamas-Sumud passengers on their yachts are making their way safely and peacefully to Israel, where their deportation procedures to Europe will begin. The passengers are safe and in good health. pic.twitter.com/pzzitP5jN8
— Israel Foreign Ministry (@IsraelMFA) October 2, 2025
A publicação surge com um vídeo, onde é possível ver um militar israelita junto a Greta, oferecendo-lhe uma sandes e depois ajudando-a a vestir um casaco. Assista ao vídeo acima.
Embarcação onde seguia Mortágua intercetada
O barco Adara onde seguia a coordenadora e deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, foi um dos navios abordado por um navio israelita. Antes, o navio Alma já tinha sido intercetado.
Num direto na rede social Instagram, Mariana Mortágua referiu, pelas 19h45 (hora portuguesa), que a embarcação onde seguia estava a ser intercetada por navios israelitas.
Depois, a deputada indicou que os israelitas pediram para falar com o capitão da embarcação, com o direto a terminar pouco depois.
Para além da deputada, seguiam a bordo a atriz Sofia Aparício e o ativista o ativista Miguel Duarte.
Governo promete apoio
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, referiu ainda na noite de ontem, em comunicado, que os serviços consulares da Embaixada de Portugal em Telavive solicitaram às autoridades israelitas que "logo que possível" sejam informados sobre o estado e local onde serão detidos os portugueses integrados na flotilha.
O objetivo é que seja prestada "a devida proteção diplomática e consular", pode ler-se. Mais tarde, o chefe da diplomacia portuguesa acrescentou que ainda deverá demorar algum tempo até que o Executivo consiga contactar diretamente com os ativistas, nomeadamente, lembrando que esta detenção ocorreu no dia mais sagrado do judaísmo, Yom Kipur.
Já hoje, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, reagou esta manhã à detenção dos três portugueses - Miguel Duarte, Sofia Aparício e Mariana Mortágua - que seguiam na flotilha humanitária, que partiu há cerca de um mês de Barcelona, Espanha, para Gaza.
"Estamos em contacto com as autoridades isrealitas, com vista a salvaguardar a situação desses portugueses e a prestar todo o apoio consular como é a nossa responsabilidade com estes e todos os portugueses que se encontrem numa situação equivalente, sendo certo que não é de desprezar a circunstância de uma destas pessoas ser, além do mais, titular de um órgão de soberania", assegurou, falando em concreto de Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda (BE).
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