Um grupo de adolescentes na Polónia fez-se passar por uma rapariga de 16 anos para atrair e, de seguida, atacar um ucraniano, espancando-o e pintado-lhe símbolos nazis na cara.
O incidente é divulgado pela polícia polaca em comunicado publicado no próprio ‘site’, onde dão conta do crime "perigoso e brutal, ocorrido em setembro" em Breslávia, considerando-o um "linchamento".
"Os jovens criaram um perfil falso nas redes sociais, fazendo-se passar por uma rapariga de 16 anos, supostamente interessada em ter relações sexuais", informou a autoridade. “Daqui decidiram contactar um jovem de 23 anos e, de seguida, marcar o encontro.”
Ao chegar ao local combinado o ucraniano foi "atacado" pelo grupo que não só espancou a vítima como também lhe rapou "a cabeça" e pintou "símbolos nazis na cara, gravando todo o incidente para o ridicularizar ainda mais".
As imagens são partilhadas pela polícia e acompanham o comunicado, estando, no entanto, desfocadas no rosto dos intervenientes, de modo a proteger a identidade de todos os envolvidos - e, nomeadamente, dos menores que terão cometido o crime.
Pode ver o vídeo na nossa galeria acima, que não inclui imagens da vítima a ser agredida.
Nas imagens, o grupo parece consistir em três adolescentes, sendo que pelo menos um deles aparece encapuzado, de forma a mascarar a sua identidade.
A vítima passa grande parte do tempo sentado no chão, aparentemente a suplicar aos agressores, sendo que, num dos planos da gravação, é possível distinguir marcas vermelhas na sua cara desfocada - serão os símbolos nazis.
No comunicado, a autoridade fez questão ainda de enfatizar que “independentemente do comportamento da vítima, ninguém tem o direito de administrar justiça sozinho”.
A nota está, provavelmente, a fazer referência ao facto de a vítima ser um homem de 23 anos que terá concordado num encontro de cariz sexual com uma rapariga menor, de 16 anos.
“Tais atos”, continua a nota, “constituem um crime e serão tratados com toda a força da lei. Estamos a falar de uma agressão e, no fundo, de tendências ideológicas perturbadoras”.
A polícia deixou ainda um apelo tanto a jovens quanto a pais, para que “se suspeitarem de assédio contra menores, notifiquem imediatamente as autoridades policiais”.
“Ações independentes e tentativas de ‘administrar justiça’ podem levar a consequências trágicas tanto para a vítima como para os agressores”, concluiu a nota.
O caso está a ser tratado pelo tribunal de família, dado ao facto de que alguns dos alegados agressores têm menos de 18 anos. Para além disso, a investigação ainda está a decorrer, com as autoridades ainda a averiguarem qual o papel concreto de cada participante no incidente.
“Estão em andamento esforços para determinar o papel concreto de cada participante no incidente. O tribunal de família está a cuidar do caso, visto que alguns dos indivíduos envolvidos têm menos de 18 anos”, informou ainda a autoridade.
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