SOS Méditerranée denuncia "ataque sem precedentes" da guarda costeira líbia

A organização francesa SOS Méditerranée denunciou hoje que o seu navio "Ocean Viking" foi alvo de um "ataque sem precedentes" da guarda costeira líbia no domingo, enquanto realizava uma operação de resgate de migrantes em águas internacionais.

The NGO SOS Mediteranee's rescue ship "Ocean Viking" is docked in Marseille harbour on December 29, 2020. - The migrants rescue ship Ocean Viking was detained and immobilised by Italian authorities for five months and is in Marseille since its release. It

© Getty Images

Lusa
25/08/2025 17:40 ‧ há 3 horas por Lusa

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Migrantes

Quando foi atacado, o barco tinha a bordo 87 pessoas resgatadas na noite anterior, encontrava-se "a norte da costa líbia" e estava "ativamente envolvido na busca de outra embarcação em perigo", precisou a organização não-governamental (ONG) num comunicado.

 

Abordado por um barco da guarda costeira líbia, recebeu a "ordem ilegal" de "abandonar a zona" e, apesar disso, a tripulação "informou a guarda costeira de que o 'Ocean Viking' estava a abandonar a zona", indicou a SOS Méditerranée.

"No entanto, sem qualquer aviso ou ultimato, dois homens a bordo do barco de patrulha abriram fogo", submetendo a embarcação e a sua tripulação "a tiros contínuos durante pelo menos 20 minutos", prosseguiu a organização.

Nenhum dos passageiros ou membros da tripulação ficou ferido, mas o ataque causou "impactos de balas à altura da cabeça, a destruição de várias antenas", vidros de janelas estilhaçados e "várias balas atingiram e danificaram" equipamento de salvamento, descreveu a ONG na nota de imprensa.

Depois de emitir um pedido de socorro e alertar a NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), o SOS do 'Ocean Viking' foi encaminhado para um navio da Marinha italiana que "nunca atendeu o telefone", segundo a ONG.

"Houve um ataque deliberado e direcionado contra a nossa tripulação, mas também contra os nossos meios de salvamento", sublinhou a SOS Méditerranée.

"Não se trata de um ato isolado", insistiu a ONG, apontando "um longo historial de comportamentos irresponsáveis" da guarda costeira líbia e de "total desprezo pelo Direito Internacional do Mar".

A ONG lamentou igualmente o apoio dos "Estados europeus" ao serviço da guarda costeira líbia, com "Itália na primeira linha", salientando que o barco de patrulha responsável pelo ataque "foi oferecido por Itália em 2023", no âmbito de um programa de apoio à Líbia.

Citada no comunicado, a diretora-geral da SOS Méditerranée, Sophie Beau, "exige uma investigação completa" sobre o incidente, bem como "o fim imediato de qualquer cooperação europeia com a Líbia".

O 'Ocean Viking' rumou a Siracusa, na ilha italiana da Sicília, para desembarcar os migrantes resgatados ao mar e proceder a reparações no navio.

Das 87 pessoas resgatadas pelo 'Ocean Viking', 80 são originárias do Sudão e 21 são menores não-acompanhados.

Leia Também: Doze migrantes desaparecidos após saltarem de embarcação perto de Cabrera

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