Duas turistas francesas saíram de uma pizzaria italiana sem pagar no passado dia 19 de agosto. A proprietária não deixou passar e, através das imagens de videovigilância encontrou-os e obrigou-os a saldar a dívida de 44 euros.
Em entrevista ao jornal italiano Il Resto del Carlino, Michaela Malatini, dona da pizzaria à beira Ai due re em Civitanova Marche, Itália, conta que “as duas francesas, ambas na casa dos 30 anos consumiram quatro Spritzes e duas pizas”.
“No final da noite, quando o restaurante fechou, o empregado na caixa disse-me que a mesa ainda estava ‘aberta’, ou seja, os clientes ainda não tinham pago”, relata Malatini. “Pensei que estivessem na casa de banho, mas quando fui ver não estava lá ninguém.”
Habituada já a situações deste género, que durante o verão diz que acontecem até duas vezes por semana, a proprietária foi verificar as câmaras de videovigilância.
Após ver as imagens de vigilância, decide tirar uma foto e publicar no Facebook
“E lá vi que elas estavam decididas a fugir sem pagar: chegaram à saída, deram um passo atrás, empurraram-se uma à outra, e depois fugiram”, relata Malatini. “Instintivamente, tirei uma foto, tapei-lhes a cara e publiquei no Facebook.”
De seguida, foi dormir, mas determinada a encontrar as duas mulheres que tinham fugido sem pagar o jantar.
No dia seguinte, logo de manhã, pelas 7h00, um cidadão responde-lhe à fotografia, e diz que viu as fugitivas num B&B (Bed & Breakfast).
Depois, foi relativamente fácil: Malatini entrou em contato com os donos do B&B em questão, segundo o jornal Cronache Maceratesi, e explicou-lhes a situação.
“Nesse momento, pedi-lhes para ir lá cobrar o que me era devido e eles disseram-me que sim”, conta.
As turistas pagaram a conta, sem proferir uma única palavra
Às 8h30 Malatini batia à porta das duas turistas, que ainda estavam a dormir (e acordaram com uma surpresa).
“Mostrei-lhes o vídeo calmamente e perguntei: ‘Vocês saíram sem pagar ontem à noite. Aconteceu alguma coisa?’”
As mulheres não tiveram a capacidade, ou a coragem, para proferir uma sequer palavra, nem mesmo um ‘desculpe’, conta Malatini. Limitaram-se a pagar os 44 euros que deviam.
Em jeito de agradecimento, a proprietária acabou por convidar o cidadão que lhe disse onde estavam as turistas e a sua mulher para irem jantar ao restaurante - sem qualquer custo.
"É uma questão de princípio", diz a proprietária
A ‘investigação’ de Malatini não é pelo dinheiro em si - 44 euros para um restaurante de 250 mesas em Itália, que opera desde 2000 não causam “um prejuízo financeiro enorme”.
“É uma questão de princípio, de educação, de respeito pelo trabalho que fazemos”, enfatiza a proprietária. “Respeitamos os nossos clientes e tratamo-los como gostaríamos de ser tratados quando vamos a um restaurante. Mas pedimos a mesma consideração”, defende Malatini.
Os casos de pessoas que saem sem pagar neste restaurante (que não são assim tão incomuns) nunca foram denunciados às autoridades. Malatini prefere resolver as questões pessoalmente, conseguindo, na maior parte dos casos, que a conta seja paga.
Apenas em situações em que percebe que o roubo foi por fome e não por outras razões é que Malatini decide deixar o fugitivo escapar.
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