Erin Patterson 'voltou' à barra do tribunal, em Melbourne, na Austrália, nuns dias que serão de audiências pré-sentença. A mulher enfrenta três penas perpétuas depois de ter sido considerada culpada de três homicídios, e ainda mais 25 anos por tentativa.
Foi há dois anos que um jantar de família acabou com três mortes: Gail Patterson e Donald Patterson - os sogros da suspeita - e a irmã da sogra, Heather Wilkinson.
Também o marido desta última vítima foi convidado para este jantar, tendo sido o único sobrevivente. Ian Wilkinson sobreviveu ao jantar em que foram servidos cogumelos venenosos, e, esta semana, voltou a falar sobre o assunto, no tribunal, lembrando a esposa: "É um pensamento realmente horrível de se conviver, que alguém possa decidir tirar a vida dela. Eu só me sinto meio vivo sem ela."
Em lágrimas, o sobrevivente referiu mesmo que era um "problema preocupante da sociedade" que "tanta atenção seja dada a quem faz o mal e tão pouca a quem faz o bem". O homem teve de passar por um transplante de fígado e passou meses no hospital a recuperar.
Ian Wilkinson lembrou ainda as outras vítimas mortais para além da mulher, os pais do ex-marido da suspeita, que eram muito próximos de si: "A minha vida é muito mais difícil sem eles."
Recorde-se que Patterson diz que é inocente, alegando que o envenenamento foi acidental. Ian apelou a que ela confessa-se o crime, e rematou, na primeira de duas audiências: "Não sou mais uma vítima de Erin Patterson, ela tornou-se uma vítima da minha bondade."
No total, foram feitos 28 testemunhos, tendo sete sido lidos publicamente.
Já o ex-marido de Erin, Simon Patterson, que falou ao almoço à última da hora, falou acerca do impacto que este crime teve nos filhos de ambos: "Sinto-me angustiado que Erin tenha agido com insensibilidade e desrespeito calculado pela minha vida e pela vida daqueles que amo. Que tolice leva alguém a pensar que um assassinato pode ser a solução para seus problemas, especialmente o assassinato de pessoas que só têm boas intenções em relação a ela?", referiu ele, num comunicado lido em seu nome.
A audiência continua na terça-feira.
A vida na prisão
Note-se que, a publicação The Guardian fala acerca da vida de Patterson na prisão, Centro Dame Phyllis Frost, onde, segundo descreve o jornal, ela tem uma vida restrita. De acordo com o que é explicado, a mulher passa 22 horas por dia na sua cela e apenas está autorizada a ter contacto com um outro detido. Este detido está acusado de terrorismo e também isolado porque já atacou os seus companheiros de prisão.
No entanto, a sua defesa explica ela nunca falou com o outro detido. Já uma das responsáveis da prisão, Jenny Hosking, não detalhou muito, mas referiu que isto se podia dever ao facto de o outro prisioneiro não querer falar com ela.
Ambos se encontram em regime de instalação na solitária. Hosking revelou ainda que Patterson não se envolveu nos serviços ligados à capela da prisão, enquanto a defesa alegou que ela já visitou o local várias vezes.
Ainda de acordo o que o Guardian explica, a sua cela inclui objetos pessoais como lã para croché, cobertores que ela fez, uma placa para alisar o cabelo e um computador.
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