Para a chefe da diplomacia europeia, a proposta de Moscovo é uma "armadilha" que deve ser evitada.
Em declarações à estação pública britânica BBC, transmitidas hoje, Kaja Kallas manifestou-se contra a pressão da Rússia sobre a Ucrânia sobre a cedência de territórios.
A região de Donbass, no leste da Ucrânia, é reclamada pela Rússia, sendo que a campanha militar obrigou 1,5 milhões de ucranianos a abandonar os locais de residência na última década, referiu a BBC.
A Ucrânia recusa ceder a região do Donbass à Rússia.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014 anexando a Península da Crimeia e lançou uma ofensiva de grande escala contra todo o território ucraniano em 2022.
Kallas, na entrevista à BBC, abordou ainda as questões relacionadas com as garantias de segurança para a Ucrânia.
O assunto foi discutido na segunda-feira em Washington, durante o encontro que o Presidente norte-americano manteve com vários líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron.
Os encontros em Washington ocorreram após a cimeira no Estado norte-americano do Alasca entre Donald Trump e o Presidente russo Vladimir Putin.
"A garantia de segurança mais sólida é um Exército ucraniano forte", afirmou Kallas, sublinhando a importância do estabelecimento de garantias que não sejam meramente teóricas.
Kaja Kallas disse que cabe aos Estados-membros integrados no formato da chamada "coligação dos voluntários" determinar qual vai ser o respetivo contributo de cada país acrescentando que a capacidade das forças ainda não foi definida.
Em concreto sobre a cimeira do Alasca, Kallas afirmou que Vladimir Putin obteve "tudo o que queria".
"[Vladimir] Putin foi recebido de forma muito positiva e não queria que fossem impostas sanções, o que também conseguiu", disse Kaja Kallas.
"Putin está a rir-se; não impede os assassinatos, mas aumenta-os", afirmou Kallas.
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