ONG acusa EUA de "brutalidade" contra manifestantes em Los Angeles

A Human Rights Watch (HWR) acusou hoje as autoridades policiais dos Estados Unidos de "brutalidade deliberada" contra manifestantes em Los Angeles nos protestos de junho contra a perseguição a imigrantes e pediu a responsabilização dos autores.

 Los Angeles

© Myung J. Chun / Los Angeles Times via Getty Images

Lusa
19/08/2025 06:11 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

EUA

"As autoridades policiais de alta patente devem enfrentar consequências por uma resposta abusiva" contra os manifestantes em protesto em Los Angeles, Estados Unidos, entre 06 e 14 de junho, afirma a Organização Não-Governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos num comunicado emitido hoje a partir daquela cidade dos EUA.

 

Segundo a HWR, os "agentes da lei responderam aos protestos contra as perseguições policiais a imigrantes em Los Angeles e arredores [Califórnia] (...) com força excessiva e brutalidade deliberada".

E essa resposta "agressiva das autoridades locais, estaduais e federais" reprimiu "violentamente o direito do público de expressar sua indignação" e o direito dos média de fazerem o seu trabalho de reportagem sobre os mesmos em segurança.

Por isso, sublinha que "todas as agências policiais envolvidas devem respeitar o direito de protesto" e garantir que os autores "pelos abusos sejam responsabilizados", apela.

A HWR especifica no documento que os agentes dispararam gás lacrimogéneo e balas de borracha "diretamente contra manifestantes, jornalistas e outros observadores, muitas vezes à queima-roupa e sem aviso prévio ou provocação suficientes".

Dezenas de pessoas ficaram feridas, "com lesões que variaram de contusões e lacerações graves, ossos quebrados (...) um dedo amputado e lesões oculares graves", refere.

Os protestos foram desencadeados por uma escalada "dramática" das rusgas de imigração em Los Angeles e arredores, na sequência de ordens da administração Trump à agência de Imigração e Alfândega (ICE) para aumentar as detenções diárias de imigrantes indocumentados, recorda.

Assim, agentes federais fortemente armados invadiram lojas, armazéns, hotéis, restaurantes, quintas, lavagens de carros, barracas de tacos e outros locais de trabalho e detiveram aqueles que suspeitavam serem indocumentados com o objetivo de os deportar, recorda a ONG.

A ONG diz que observou os protestos e visitou locais de perseguição da ICE em Los Angeles e arredores entre 10 e 14 de junho, e entrevistou 39 pessoas, incluindo manifestantes, jornalistas, observadores jurídicos, médicos voluntários de rua, defensores e organizadores dos direitos dos imigrantes e outras pessoas afetadas pelas perseguições.

Adinatando que os seus investigadores analisaram processos judiciais, documentação do Los Angeles Press Club, reportagens dos média e fotos e vídeos gravados durante os protestos e publicados nas redes sociais ou partilhados diretamente.

Na sequência deste trabalho, a HRW diz ter documentado 65 casos em que agentes da lei de várias agências locais, estaduais e federais feriram manifestantes, jornalistas e outros observadores, admitindo que "o número real é provavelmente muito maior".

E conlui que "os agentes da lei cometeram violações claras do direito internacional dos direitos humanos".

A Human Rights Watch também assegura que escreveu ao Departamento de Segurança Interna e às forças policiais em 31 de julho, mas não recebeu respostas até agora.

Os primeiros grandes protestos começaram em 06 de junho, quando agentes do ICE invadiram vários locais, incluindo duas instalações da Ambiance Apparel no distrito da moda de Los Angeles.

Numa diretiva emitida a 07 de junho, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os protestos em Los Angeles "constituem uma forma de rebelião contra a autoridade do Governo dos Estados Unidos", convocou a Guarda Nacional e autorizou o envio de "quaisquer outros membros das Forças Armadas regulares, conforme necessário", relembra a ONG.

Leia Também: Congelamento de verbas a universidade UCLA ascende a 500 mil milhões

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