"O nosso querido amigo e corajoso companheiro de luta, Enrique Ferreira, está desaparecido desde há um mês. Enrique é um 'larense' extraordinário, médico radiologista, pai, marido, irmão, amigo e cidadão exemplar", denunciou a Maria Corina Machado na sua conta na rede social X.
Na mesma rede social, Corina Machado explica que Manuel Enrique Ferreira "foi chefe do comando de campanha" da oposição às eleições presidenciais de 28 de julho, cujos resultados oficiais a oposição questiona, e que "é um pilar" do programa de governo da oposição, denominado "Venezuela, Terra de Graça".
Segundo líder política, Manuel Enrique Ferreira foi sequestrado em 19 de julho último nas proximidades do Centro Clínico Valentina Canabal, no estado de Lara (260 quilómetros a oeste de Caracas) e posteriormente levado para Caracas.
"Desde então, Mary Ann, a sua esposa, e toda a sua família estão desesperados à sua procura, mas ele não aparece", sublinha.
#Urgente ¡Sigue el Terrorismo de Estado en Venezuela! ‼️
— DDHH Vente Venezuela (@VenteDDHH) July 19, 2025
Régimen secuestra a Manuel Enrique Ferreira, jefe del Comando ConVzla en Lara, este sábado #19Jul.
Sujetos sin identificación se lo llevaron a la fuerza y sin orden judicial. Hasta el momento, se desconoce su… pic.twitter.com/S462LiSXDl
Maria Corina Machado divulgou uma foto do luso-venezuelano nas redes sociais, explicando que Enrique Ferreira "é uma referência em Lara, um médico dedicado a ajudar os mais vulneráveis, querido e reconhecido por todos".
"Não vamos parar até conseguir a sua liberdade, a de todos os nossos heróis presos [políticos] e a de 30 milhões de venezuelanos [a população do país]", concluiu.
Fontes da comunidade médica local, explicaram à Agência Lusa que o luso-venezuelano foi obrigado "por homens armados sem identificação e sem apresentarem uma ordem judicial" a subir para uma viatura no sábado, dia 19 de julho.
Nesse mesmo dia, o Colégio de Médicos do Estado de Lara, equivalente à Ordem dos Médicos, emitiu um comunicado denunciando o sequestro de Manuel Enrique Ferreira por indivíduos desconhecidos e solidarizando-se com familiares e amigos naquele "momento de angústia e incerteza".
A organização não-governamental Foro Penal (FP) contabilizou, em 04 de agosto, na Venezuela, 807 pessoas detidas por motivos políticos, 712 homens e 95 mulheres.
Do total de presos políticos, 638 são civis e 169 militares, correspondendo a 803 adultos e quatro adolescentes. Segundo o FP, 83 presos políticos são estrangeiros.
A organização contabilizou ainda 18.455 detenções por motivos políticos na Venezuela desde 2014.
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