Espanha ativou em 11 de agosto o Mecanismo de Proteção Civil da UE por causa dos fogos, que estão a atingir, sobretudo, as regiões da Galiza, Castela e Leão e Extremadura, no noroeste e oeste do país e todas na fronteira com Portugal.
A Proteção Civil espanhola disse hoje estarem ativos, ao final da manhã, 23 incêndios com uma "situação operacional de maior gravidade" nestas três regiões que mobilizam milhares de bombeiros, assim como perto de 2.000 militares.
Para ajudar a combater os fogos, Espanha já recebeu ajuda de França e Itália na semana passada, que enviaram dois aviões Canadair cada.
Por outro lado, conta receber ao longo do dia de hoje e de terça-feira mais meios aéreos e equipas de bombeiros de França, Alemanha, Países Baixos, Finlândia, Eslováquia e República Checa, avançou Virginia Barcones, numa conferência de imprensa em Madrid.
Os incêndios têm coincidido com uma onda de calor de 16 dias em Espanha, que os serviços meteorológicos do país apontaram que deverá terminar hoje.
A ministra da Defesa, Margarita Robles, admitiu hoje de manhã que só uma descida de temperaturas poderá levar ao controlo dos fogos.
Quatro pessoas morreram nos incêndios em Espanha este verão e milhares permanecem temporariamente desalojadas, por terem sido retiradas de casa, de forma preventiva.
Dezenas de estradas estão cortadas no norte e noroeste do país, assim como todas as ligações de comboio de alta velocidade entre Madrid e a região da Galiza.
As chamas estão também a afetar zonas protegidas, como o Parque Nacional Picos da Europa, e as autoridades apelaram às pessoas que estão a fazer os populares Caminhos de Santiago para suspenderem os percursos, em especial os trajetos que passam pela região de Castela e Leão.
Os incêndios em Espanha este ano queimaram já 343 mil hectares, superando o recorde de 306 mil hectares registado em 2022 no país, indicam hoje dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
O recorde de área ardida registado pelo EFFIS num ano num país europeu são os 563 mil hectares calcinados em 2017 em Portugal, quando os fogos mataram 119 pessoas.
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