"Não temos planos para reconhecer o Estado da Palestina. Não sei o que significa realmente reconhecer um Estado palestiniano, dada a falta de um Governo funcional", disse Vance aos jornalistas, no início de uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, na sua casa de campo em Chevening House, no sul de Londres.
Vance acrescentou que o Presidente norte-americano, Donald Trump, deixou claro que os objetivos dos Estados Unidos são "que o Hamas não volte a atacar cidadãos israelitas inocentes" e acredita que isso "deve ser conseguido através da erradicação" do grupo islamita palestiniano.
No final de julho, a ONU recebeu a Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente, em que vários países assinaram uma declaração conjunta para a solução dos dois Estados.
A "Declaração de Nova Iorque" estabelece um plano por fases para pôr fim ao conflito de quase oito décadas e a guerra em Gaza, culminando com uma Palestina independente e desmilitarizada, ao lado de Israel, e a eventual integração deste país na região do Médio Oriente.
Os Estados Unidos, a par de Israel, boicotaram a conferência e não estiveram presentes em Nova Iorque.
A declaração foi assinada no final da conferência, com Portugal a admitir reconhecer o Estado da Palestina, tendo lançado o processo de auscultação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e os partidos.
Pela Europa, assinaram a declaração Andorra, Finlândia, França, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega, Portugal, San Marino, Eslovénia e Espanha.
Entre os 27 da União Europeia, dez países já reconheceram o Estado palestiniano, sendo Espanha, Irlanda e Eslovénia os mais recentes, já depois do início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.
A Inglaterra, a França e o Canadá já demonstraram a sua intenção de reconhecer o Estado da Palestina, o que Israel condenou.
O gabinete de segurança de Israel aprovou uma proposta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para a ocupação militar da cidade de Gaza, no norte do enclave.
O plano foi de imediato criticado por familiares de reféns israelitas, pela Autoridade Nacional Palestiniana e por vários governos.
Trata-se de uma nova fase da guerra em curso na Faixa de Gaza desencadeada pelo ataque em Israel do grupo extremista Hamas de 07 de outubro de 2023, que já provocou mais de 61.000 mortos no enclave, além de causar também uma grave crise humanitária em Gaza, com denúncias de mortes de crianças à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do território palestiniano.
Leia Também: Sete pessoas morrem em ataque em Gaza (seis eram da mesma família)