"O que aconteceu em Gaza nos últimos meses viola todos os princípios da dignidade humana: mais de 60.000 mortes de civis, o bloqueio da ajuda humanitária e o agravamento da fome", alertaram os académicos num comunicado enviado no sábado.
"Por isso, instamos o Governo belga a agir de forma decisiva e humana e a defender a prestação imediata e ilimitada de ajuda humanitária", acrescentaram.
Os reitores, que incluem as universidades da Valónia e da Flandres em Namur, Mons, Antuérpia, Leuven, Liège, Hasselt, Ghent e Bruxelas, manifestaram-se satisfeitos com o recente transporte aéreo de alimentos da Bélgica para Gaza.
No entanto, acrescentaram que "isso não deve desviar a atenção da enorme dimensão desta crise alimentar e sanitária, que só pode ser aliviada por meio de um cessar-fogo abrangente e de ajuda humanitária incondicional por terra".
Como fizeram em outra declaração em maio passado, os signatários também apelam ao Governo belga para que apoie a suspensão do acordo de associação entre a União Europeia (UE) e Israel.
"O artigo 2.º do Acordo de Associação não é uma formalidade técnica, mas uma pedra angular: o respeito pelos direitos humanos e pelos valores democráticos deve ser a base de toda a cooperação com países terceiros", afirmaram, acrescentando que, caso contrário, "os valores europeus correm o risco de se tornarem palavras vazias".
"As posições do Governo já foram expressas e serão reexpressas e complementadas com clareza, voluntariedade e transparência na comissão parlamentar de 14 de agosto", disse Prévot em resposta à EFE, acrescentando que a carta dos reitores defende "coisas que a Bélgica já está a fazer".
A aprovação, na sexta-feira passada, do plano do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu de ocupar a Cidade de Gaza e forçar o deslocamento do seu milhão de habitantes para sul gerou rejeição por parte da comunidade internacional e de vários países europeus, incluindo a Bélgica.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica convocou a embaixadora israelita na Bélgica, Idit Rosenzweig-Abu, na sexta-feira, para pedir que revertesse a decisão, que considerou "inaceitável" e "contrária ao direito internacional".
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