Cerca de 63 milhões de cidadãos do Egito, país com 116 milhões de habitantes, estão habilitados a votar em mais de 8.000 mesas de voto em todo o país.
Os eleitores devem eleger para mandatos de cinco anos 200 candidatos para o órgão de 300 lugares, sendo os restantes senadores nomeados pelo Presidente.
O Senado aconselha a câmara baixa do parlamento sobre legislação, políticas e questões constitucionais.
A eleição decorre num momento em que a economia se apresenta estagnada e a inflação sobe, com os preços mais elevados de alimentos e combustíveis a erodirem o poder de compra.
Outro ponto contencioso é o arrendamento, e a reta final da campanha ficou marcada pela aprovação no parlamento da reforma da lei das rendas, que põe fim às rendas antigas de que beneficiavam os inquilinos com valores baixos e fixos e reorganiza a relação entre proprietários e inquilinos.
Hoje, no primeiro dia da votação, foi publicada em diário oficial a lei ratificada pelo Presidente e rejeitada pela oposição, que apela a um período de transição entre 10 e 15 anos, mais longo do que os sete anos previstos, para proporcionar maior estabilidade aos inquilinos e evitar que fiquem sem alternativas de habitação.
Estas alterações na legislação afetarão milhões de egípcios que vivem em imóveis ao abrigo do antigo sistema de arrendamento, em vigor há décadas, com rendas muito baixas de longa duração.
Realizaram-se em 2020 as primeiras eleições para o Senado, que foi criado através de alterações constitucionais em 2019 com o objetivo declarado de melhorar a participação política.
No entanto, as alterações constitucionais incluíram disposições criticadas pela oposição, como a que permite ao Presidente Abdel-Fattah el-Sissi manter-se no poder até 2030, e a que alargou o papel das Forças Armadas.
Os egípcios no estrangeiro puderam votar em consulados de 117 países na sexta-feira e no sábado.
Os resultados da segunda eleição para o Senado serão anunciados a 12 de agosto.
Leia Também: Conduta de água dos Emirados vai servir Gaza a partir do Egito