A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) considerou que a medida, que tinha sido suspensa em abril, era desproporcionada, de acordo com o advogado de Watson, em declarações à agência de notícias France-Press (AFP).
Paul Watson, de 75 anos, esteve detido na Gronelândia durante cinco meses, antes de a Dinamarca rejeitar um pedido de extradição do Japão, que o acusava de ser responsável por danos e ferimentos a bordo de um navio baleeiro japonês em 2010, no âmbito de uma campanha liderada pela organização não-governamental (ONG) Sea Shepherd, de que Watson foi diretor.
A caça à baleia é objeto de uma moratória desde 1986, mas que é contestada pelo Japão, a Islândia e a Noruega, que matam anualmente cerca de 1.200 baleias, de acordo com a Comissão Baleeira Internacional.
A partir de 2012, Watson foi objeto de um "alerta vermelho" da Interpol, o organismo internacional de polícia com sede em Lyon, França.
O ativista canadiano-americano foi detido e preso com base no mandado japonês no ano passado na Gronelândia, mas foi libertado ao fim de cinco meses.
Num comunicado, a Interpol afirma que a decisão de retirar Watson da lista de "alerta vermelho" não reflete qualquer julgamento sobre o mérito do caso no Japão, mas que tem em conta a recusa da Dinamarca em extraditá-lo.
"Não se trata de um julgamento sobre os méritos do caso, nem sobre os factos ocorridos em 2010", refere a Interpol, na nota informativa.
Segundo a agência policial, a decisão foi tomada por um organismo independente, a Comissão de Controlo de Ficheiros (CCF) da Interpol, que tem por missão garantir que o tratamento de dados pessoais pela organização respeita as regras internas.
Para a CCF, este caso demonstrou um "empenhamento proativo e repetido por parte das autoridades japonesas", o que "tende a realçar a natureza estratégica deste caso e a sua importância simbólica", para além do seu interesse real no mérito, que "poderia demonstrar a existência de elementos políticos em torno do caso".
O Governo japonês lamentou em dezembro de 2024 a decisão da Dinamarca de recusar a extradição para o território nipónico.
"É lamentável que o Governo dinamarquês não tenha aceitado o pedido" de extradição de Tóquio, e o Japão "deu isso a conhecer ao lado dinamarquês", disse na altura o porta-voz do executivo nipónico, Yoshimasa Hayashi.
Leia Também: Greenpeace exige que empresas mais poluentes paguem mais impostos