Algumas horas antes da votação, vários ativistas e um jornalista do diário russo Kommersant foram detidos por participarem num protesto contra a lei diante da sede da Duma, a câmara baixa do parlamento, segundo a agência francesa France-Presse (AFP).
Boris Nadezhdin, que pretendia desafiar Vladimir Putin nas últimas eleições presidenciais de março de 2024, mas cuja candidatura acabou por ser rejeitada pelo governo, tinha anunciado o protesto.
Contudo, a Câmara Municipal de Moscovo proibiu a manifestação, sob o pretexto da "situação epidemiológica provocada pela covid-19", uma razão regularmente utilizada pelas autoridades para impedir protestos.
A lei, que ainda tem de ser aprovada pela Câmara Alta e assinada pelo Presidente Vladimir Putin, prevê multas até 5.000 rublos (cerca de 55 euros) para pessoas que pesquisem conteúdos "extremistas" na Internet.
Para Boris Nadejdine a nova lei "vai punir o crime de pensamento como no romance 1984", do escritor George Orwell.
De acordo com o opositor político de Putin, ao abrigo da nova lei, quem pesquisar na Internet "quem era Alexei Navalny", que foi declarado extremista e morreu na prisão em fevereiro de 2024, poderá ser multado.
Também hoje, cinco jornalistas do meio de comunicação social online russo Baza foram detidos no âmbito de uma investigação sobre fugas de informação policial, informaram as agências noticiosas russas.
Este canal de Telegram é um dos mais seguidos na Rússia, com mais de 1,6 milhões de subscritores.
Fundado em 2019, é conhecido por publicar informações exclusivas supostamente obtidas através das suas ligações com a polícia.
O meio de comunicação social informou de manhã que tinham sido efetuadas buscas nos seus escritórios e que a polícia tinha ido a casa do seu chefe de redação, Gleb Trifonov, que está entre os detidos.
A Rússia tem vindo a restringir drasticamente a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão na Internet desde o lançamento da sua ofensiva na Ucrânia em 2022.
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