"A cerimónia em homenagem aos mártires começou oficialmente", disse uma apresentadora às 08h00 locais (05h30 em Lisboa), enquanto passavam imagens de uma multidão reunida no centro de Teerão.
A televisão nacional mostrou os cortejos fúnebres dos "mártires da guerra imposta pelo regime sionista". Na imagem, apareceram os caixões cobertos com bandeiras iranianas e retratos dos comandantes mortos.
O cortejo fúnebre partiu da praça Enghelab (Revolução) e segue para a praça Azadi (Liberdade), a 11 quilómetros de distância.
O Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, vai participar nestas cerimónias, ainda de acordo com a televisão estatal.
Sábado "será um dia histórico para o Irão islâmico e para a história da revolução", afirmou, na sexta-feira, Mohsen Mahmoudi, um responsável religioso da província de Teerão.
Vários comandantes das forças armadas iranianas, incluindo Guardas da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, bem como uma dezena de cientistas nucleares, foram mortos pelos bombardeamentos israelitas.
Mohammad Bagheri, poderoso general das forças armadas, vítima mortal no primeiro dia da guerra, vai ser enterrado com a mulher e a filha, de acordo com Mohsen Mahmoudi.
Bagheri era o oficial de mais alta patente das forças iranianas, responsável pelo exército e pelo Corpo dos Guardas da Revolução e pelo programa balístico do país, trabalhando diretamente sob a autoridade do líder supremo, o aiatola Ali Khamenei, decisor final e comandante-chefe das forças armadas.
Ali Khamenei, no poder desde 1989, esteve presente noutras alturas em funerais nacionais, nomeadamente, no ano passado, o do antigo presidente Ebrahim Raïssi, que morreu num acidente de helicóptero. No entanto, para hoje, a presença de Khamenei não foi confirmada.
De acordo com o Ministério da Saúde iraniano, pelo menos 627 pessoas foram mortas e cerca de 4.900 ficaram feridas entre a população civil durante os 12 dias de guerra.
Os disparos iranianos de retaliação contra Israel causaram 28 mortes, segundo as autoridades israelitas.
Os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares no Irão na noite de 21 para 22 de junho, juntando-se à ofensiva lançada por Israel em 13 de junho com o objetivo declarado de impedir que o país desenvolva uma bomba atómica.
Na sexta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos vão "sem dúvida" realizar novos ataques contra o Irão se o país enriquecer urânio a níveis que lhe permitam obter armas nucleares.
Trump também acusou Ali Khamenei de falta de gratidão, afirmando tê-lo poupado de "uma morte horrível e ignominiosa".
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