"Pressão". Mais de 100 mil afegãos regressam ao país a partir do Irão

Mais de 100 mil afegãos regressaram ao seu país na última semana a partir do Irão, aprofundando uma grave crise humanitária provocada pelo retorno de um milhão de pessoas este ano.

Roza Otunbayeva

© Getty Images

Lusa
27/06/2025 15:16 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Milhares de pessoas atravessaram nos últimos dias a fronteira de Islam Qala, a principal passagem entre o Afeganistão e o Irão, onde as autoridades afegãs e as agências das Nações Unidas registam os recém-chegados antes de estes se dirigirem para as suas províncias de origem.

 

Este fluxo massivo é atribuído a uma combinação de fatores que passam pela expiração das autorizações de residência, o declínio económico, as expulsões forçadas por parte das autoridades em países vizinhos como o Irão e o Paquistão e, agora, a recente crise entre Israel e o Irão.

De acordo com a representante da ONU para o Afeganistão, Roza Otunbayeva, mais de 10.000 refugiados afegãos no Irão regressaram diariamente ao seu país nos últimos dias devido às tensões causadas pelos bombardeamentos israelitas.

A situação insere-se num contexto regional mais vasto que levou as Nações Unidas a emitir um alerta sobre a deterioração da situação humanitária no Afeganistão esta semana.

"Mais de um milhão de afegãos regressou este ano a um país já sob pressão de choques climáticos e com serviços básicos limitados", alertou a ONU, em comunicado divulgado na quinta-feira.

Do total, mais de 605.000 regressaram a partir do Irão e 282.000 do Paquistão.

Segundo dados oficiais, 57% dos regressados do Paquistão são menores, enquanto 66% dos que regressam do Irão são homens adultos.

Em 2024, as Nações Unidas ajudaram três milhões de pessoas no Afeganistão com 155 milhões de euros, mas o financiamento caiu em 2025 e a ajuda atual chega apenas a uma fração dos necessitados.

"Todos o que regressam merecem segurança e dignidade. Mas, sem apoio urgente, corremos o risco de ver mais famílias afundarem-se na pobreza e no desespero. Se não apoiarmos a reintegração, corremos o risco de um novo ciclo de instabilidade e migração", alertou a representante especial adjunta da ONU para o Afeganistão, Indrika Ratwatte.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a maioria dos retornados é indocumentada e necessita urgentemente de abrigo, assistência médica e proteção.

Leia Também: Teerão pede "atitude mais responsável em relação aos agressores"

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