"O Conselho de Segurança das Nações Unidas e a AIEA [Agência Internacional de Energia Atómica] devem adotar uma abordagem mais responsável em relação aos agressores e instigadores de guerras", disse Pezeshkian, numa mensagem de vídeo transmitida durante a cimeira da União Económica Eurasiática (UEE) em Minsk.
O presidente iraniano, que não comentou a invasão russa da Ucrânia, agradeceu a todos os países que condenaram as ações de Israel e dos Estados Unidos contra o seu país.
Segundo Pezeshkian, a cimeira da UEE "oferece uma excelente oportunidade para transmitir ao mundo inteiro" a posição coletiva dos países que se opõem à política de agressão no Médio Oriente.
Pezeshkian insistiu que "a política de apaziguamento perante as violações sistemáticas dos direitos humanos por parte de Israel" deve ser rejeitada.
O líder iraniano, cujo país tem o estatuto de observador na União Europeia (UE), lembrou que os ataques de Israel a instalações nucleares, aos quais se juntaram posteriormente os Estados Unidos, começaram durante negociações indiretas entre Teerão e Washington sobre o programa nuclear iraniano.
"Os ataques dos Estados Unidos e do regime sionista contra instalações nucleares pacíficas do Irão, que estavam sob o controlo total da AIEA, constituem uma grave violação de todas as normas internacionais e representam um golpe irreparável para o regime de não-proliferação nuclear por parte de um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU", afirmou.
Nesse sentido, Pezeshkian realçou que a resposta de Teerão aos ataques israelitas permitiu evitar uma guerra em grande escala no Oriente Médio.
Quanto à cooperação de Teerão com a UE, o Presidente iraniano destacou existir uma "oportunidade sem precedentes" para todas as partes envolvidas.
"Através da cooperação e da confiança mútua, podemos construir um modelo bem-sucedido de integração regional e transformar esta oportunidade histórica num ponto de viragem para o crescimento conjunto", destacou Pezeshkian, ao referir-se ao acordo de comércio livre entre o seu país e a UE, em vigor desde 15 de maio.
Atualmente, a União Económica Euro-asiática conta com cinco membros permanentes (Rússia, Bielorrússia, Arménia, Cazaquistão e Quirguistão) e quatro países observadores (Moldávia, Uzbequistão, Cuba e Irão), que, juntos, representam um quinto da população mundial.
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