Em Telavive, é novamente hora de banhos de sol e de jogos de futebol na praia, com as ruas e os mercados a recuperar a animação.
"Finalmente, podemos voltar a viver", disse à agência de notícias France-Presse Yosi, professora de ioga e mãe de dois filhos.
A metrópole económica e tecnológica, famosa pela vida noturna, foi atingida várias vezes por salvas de mísseis iranianos, com os habitantes a serem obrigados a refugiar-se nos abrigos noite após noite.
No centro da cidade, comerciantes reinstalaram bancas no mercado do Carmel e o aeroporto Ben Gurion, onde os voos comerciais foram retomados, está repleto de gente. Os recém-chegados agitam pequenas bandeiras israelitas, alguns ajoelham-se e beijam a pista.
Mas, para alguns, o alívio é tingido de receios quanto ao futuro.
"Queremos festejar, viver, recuperar a nossa despreocupação, [...] Mas quanto tempo isso vai durar? Qual será a próxima guerra?", questionou Yafit Sofi, de 33 anos, que se encontrava numa esplanada de Telavive na noite de terça-feira.
"Tanta gente quer matar-nos, tantos países querem destruir Israel. Não podemos planear nada, já não controlamos realmente as nossas vidas. Os nossos líderes estão em guerra, mas nós somos apenas peões", lamentou a criadora de moda Noa Karlovsky, em Jaffa, a sul de Telavive.
Após 12 dias de guerra entre Israel e o Irão, o cessar-fogo veio alimentar a esperança de que Israel ponha fim à guerra de mais de 20 meses contra o Hamas palestiniano em Gaza.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada a 07 de outubro de 2023 com o ataque sem precedentes pelo movimento islamita palestiniano Hamas, no qual morreram 1.219 pessoas, na maioria civis, segundo uma contagem da agência de notícias France-Presse (AFP) com base em dados oficiais.
Dos 251 reféns sequestrados naquele dia, 49 ainda estão detidos em Gaza, dos quais pelo menos 27 morreram, segundo o exército israelita.
Em resposta, Israel jurou destruir o Hamas e lançou uma ofensiva militar em Gaza, na qual morreram mais de 56.000 palestinianos, na maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados fiáveis pela ONU.
Yossi Bin, um engenheiro de 45 anos, espera que a trégua com o Irão "se mantenha" e que o Governo de Benjamin Netanyahu "aproveite para trazer a calma a outras frentes".
Israel iniciou a guerra ao lançar, a 13 deste mês, um ataque maciço sem precedentes contra o Irão, com o objetivo declarado de impedir que o inimigo de há longa data se dote de armas nucleares, uma ambição que Teerão nega ter.
Em Israel, os ataques iranianos causaram 28 mortes, segundo as autoridades.
Nos ataques de Israel, tanto contra centros nucleares como contra alvos militares na República Islâmica, morreram pelo menos 610 pessoas e mais de 4.700 ficaram feridas, das quais quase mil continuam hospitalizadas.
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