Os iranianos saíram à rua, na terça-feira, para clamar vitória sobre Israel, no rescaldo do cessar-fogo alcançado no mesmo dia pelo presidente norte-americano, Donald Trump, entre as duas partes.
Munidos com bandeiras da nação, cartazes a apelar à queda dos Estados Unidos e propaganda anti-israelita, os iranianos percorreram Teerão com retratos do líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, para celebrar a autoproclamada vitória na guerra de 12 dias, tal como poderá ver na galeria acima.
Já o presidente do Parlamento do Irão, Mohammad Bagher Ghalibaf, recorreu à rede social X (antigo Twitter) para ‘gritar vitória’, tendo considerado que se iniciou "uma nova era".
"Sob as bênçãos divinas e com a sábia liderança do líder supremo, a unidade histórica e a consciência situacional da nobre nação iraniana, e a corajosa resistência das forças armadas, o inimigo criminoso, apesar de ter as mãos manchadas com o sangue dos filhos mais puros e corajosos desta nação, acabou por recuar sem atingir os seus principais objetivos maliciosos", começou por escrever.
O responsável considerou ainda que "a mão poderosa da nação iraniana, através da agência das suas forças armadas, esmagou repetidamente a cabeça inútil do inimigo sionista contra uma rocha".
Na sua ótica, o Irão "desacreditou a imagem da chamada Cúpula de Ferro impenetrável, devastou as cidades ocupadas, incendiou importantes centros militares e de segurança e deu uma resposta adequada à criminosa América na sua base militar".
"Protegeu também corajosamente as suas conquistas nucleares e de mísseis com a bravura, a firmeza e a solidariedade dos seus corajosos filhos e apertou a garganta do inimigo até ao último momento, sem permitir que a nossa capacidade ofensiva diminuísse", disse.
۱/ تحمیل توقف تهاجم به دشمن متجاوز بدون پذیرش درخواست دشمن دربارهٔ غنیسازی و برنامهٔ موشکی ایران یعنی ما خواستههای دشمن را به هیچ میگیریم و صرفاً در جهت منافع ملت بزرگ و قهرمان ایران پیش خواهیم رفت و …
— محمدباقر قالیباف (@mb_ghalibaf) June 24, 2025
Ghalibaf apontou também que "a Organização das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atómica, as instituições internacionais e as organizações de direitos humanos foram desonradas neste momento histórico, enquanto foi o povo do Irão que, sob o peso dos mais severos ataques militares e operações psicológicas, se abraçou e apoiou o seu amado Irão com paciência e coragem".
"A nação do Irão é a eternamente vitoriosa e honrada na história", sublinhou.
Saliente-se, contudo, que também Israel clamou vitória no conflito, tendo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, agradecido ao "amigo" Donald Trump.
"Alcançámos uma vitória histórica e voltaremos a atacar, se for necessário. Desmantelámos o projeto nuclear iraniano. E se alguém no Irão pensar em reconstruí-lo, atacaremos novamente", advertiu, num vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter).
Recorde-se que o cessar-fogo teve um início instável, na terça-feira, com ataques mútuos. Aliás, o chefe de Estado norte-americano mostrou-se particularmente irritado com Israel, que "saiu a largar bombas" logo após as negociações.
"Basicamente, temos dois países que lutam há tanto tempo e com tanta intensidade, que não sabem que raio o que estão a fazer", disse aos jornalistas, à saída da Casa Branca.
Entretanto, Israel anunciou a suspensão dos seus ataques contra o Irão, após uma conversa entre Netanyahu e Trump.
O cessar-fogo aparenta estar a ser respeitado desde então, tendo ambos os lados reforçado que assim continuará, desde que a outra parte o faça.
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