AIEA afirma que cooperação de Teerão no nuclear é obrigatória

A cooperação do Irão com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) sobre o seu programa nuclear mantém-se "uma obrigação", sublinhou hoje o diretor-geral desta agência da ONU, após o parlamento iraniano votar a suspensão dos contactos.

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Lusa
25/06/2025 23:24 ‧ há 5 horas por Lusa

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Israel/Irão

"A cooperação do Irão connosco não é um favor, é uma obrigação legal, desde que o Irão continue a ser signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)", disse Rafael Grossi à France 2.

 

Continua por determinar a localização ou possível destruição, na sequência dos ataques norte-americanos e israelitas a instalações nucleares iranianas na última semana, de cerca de 400 kg de urânio altamente enriquecido.

"A agência, a AIEA, perdeu a visibilidade deste material desde o início das hostilidades", admitiu Grossi.  

"Não gostaria de dar a impressão de que está perdido ou escondido", acrescentou Grossi, reiterando interesse em retomar as atividades no Irão "o mais rapidamente possível".

Questionado sobre as declarações de Donald Trump de que o programa nuclear iraniano tinha sido atrasado várias "décadas" pelos ataques norte-americanos, Grossi disse não ter "muita fé nesta abordagem cronológica das armas de destruição maciça".

"Imagino que seja uma avaliação política", sublinhou.

Grossi reuniu-se hoje com o Presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, enquanto o parlamento iraniano votava a suspensão da cooperação com a AIEA, após 12 dias de guerra marcados por ataques a instalações nucleares iranianas.

Para entrar em vigor, a decisão necessita ainda da aprovação do Conselho de Curadores, um órgão da República Islâmica com poderes para rever a legislação.

A AIEA adotou uma resolução no início de junho condenando a falta de cooperação de Teerão com a agência em relação às suas atividades nucleares.

Alegando o risco de Teerão desenvolver armas nucleares, Israel lançou em meados de junho bombardeamentos contra território iraniano.  

O conflito assumiu uma nova dimensão com os bombardeamentos pelos Estados Unidos de várias instalações nucleares iranianas, incluindo o complexo de Fordow.  

Fordow, que tem com capacidade de enriquecimento de urânio a 60%, segundo os especialistas, fica localizado a cerca 100 quilómetros a sul de Teerão.  

O Irão retaliou o ataque norte-americano atacando a base de Al-Udeid, no Qatar, uma das principais instalações militares norte-americanas no Médio Oriente.  

O diretor-geral da AIEA disse no domingo no Conselho de Segurança da ONU que "ninguém, nem mesmo a AIEA, está em condições de confirmar os danos subterrâneos" na central de Fordow.  

Esta reunião foi convocada, a pedido do Irão, horas depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter confirmado que bombardeiros norte-americanos tinham atacado com bombas anti-bunker as principais centrais nucleares do Irão, incluindo as instalações subterrâneas de Fordow.   

Grossi disse que são agora visíveis "fissuras" na central de Fordow, confirmando a utilização das bombas anti-bunker pelos Estados Unidos, mas insistiu que é impossível avaliar os danos na central.  

O diretor-geral da AIEA confirmou igualmente que, na central de Isfahan, "parece que o acesso aos túneis utilizados para o armazenamento de material enriquecido" e alguns edifícios relacionados foram atingidos e que a central de enriquecimento de combustível em Natanz também foi atingida, mas não deu mais pormenores.

Israel reconheceu hoje que "ainda é muito cedo" para avaliar os danos nas instalações nucleares iranianas, após a divulgação de um documento confidencial que lançou dúvidas sobre a eficácia dos ataques norte-americanos no passado fim de semana a três instalações nucleares do Irão.

Donald Trump, por sua vez, insistiu na destruição "total" dos locais e afirmou que o programa iraniano tinha sido atrasado várias "décadas" pelos ataques norte-americanos.

Leia Também: AEIA não registou até agora "aumento de radiação" nuclear após ataque

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