Irão a considerar "opções". "Eventos desta manhã terão consequências"

O chefe da diplomacia iraniana advertiu que "os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cometeram uma grave violação da Carta das Nações Unidas, do direito internacional e do Tratado de não proliferação de armas nucleares (TNP) ao atacarem as instalações nucleares pacíficas do Irão".

Abbas Araghchi

© TATYANA MAKEYEVA/POOL/AFP via Getty Images

Daniela Filipe
22/06/2025 08:18 ‧ há 2 horas por Daniela Filipe

Mundo

Médio Oriente

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, assegurou que os "acontecimentos desta manhã terão consequências eternas", no rescaldo do ataque levado a cabo pelos Estados Unidos contra três instalações nucleares do Irão.

 

"Os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cometeram uma grave violação da Carta das Nações Unidas, do direito internacional e do Tratado de não proliferação de armas nucleares (TNP) ao atacarem as instalações nucleares pacíficas do Irão", começou por escrever Araghchi, na rede social X (Twitter).

O responsável adiantou que "os acontecimentos desta manhã são ultrajantes e terão consequências eternas".

"Todos e cada um dos membros da ONU devem estar alarmados com este comportamento extremamente perigoso, ilegal e criminoso. De acordo com a Carta das Nações Unidas e as suas disposições que permitem uma resposta legítima em autodefesa, o Irão reserva-se a todas as opções para defender a sua soberania, os seus interesses e o seu povo", rematou.

Entretanto, a Missão Permanente da República Islâmica do Irão junto das Nações Unidas anunciou ter endereçado “uma carta urgente” ao Conselho de Segurança da ONU, à meia-noite (quatro da manhã em Lisboa), na qual condenava “veementemente o bombardeamento ilegal e imprudente das instalações nucleares iranianas pelos Estados Unidos”.

“Os Estados Unidos e o sanguinário regime sionista de Israel devem ser plenamente responsabilizados por estas flagrantes violações do direito internacional e devem enfrentar as suas graves consequências”, lê-se, numa publicação divulgada na rede social X (Twitter).

Além de denunciar as ações norte-americanas, a missiva apelou ainda a uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, por forma “a abordar este ato de agressão flagrante e ilegal, a condená-lo com a maior veemência possível e a tomar todas as medidas necessárias, no âmbito das responsabilidades que lhe incumbem por força da sua Carta, para que o autor de crimes tão hediondos seja plenamente responsabilizado e não fique impune”.

Saliente-se que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que as principais instalações nucleares do Irão, nomeadamente Fordo, Natanz e Esfahan, foram "completa e totalmente destruídas" por ataques levados a cabo pela força aérea daquele país, ditando que, ao nono dia de ataques de Israel ao Irão, se juntasse diretamente ao conflito.

O chefe de Estado, que apelidou o Irão de “rufia do Médio Oriente”, advertiu ainda que Teerão terá, agora, de escolher entre "paz ou tragédia". Caso contrário, “os futuros ataques serão muito maiores e muito mais fáceis", assegurou.

Apesar de ter confirmado os ataques às instalações atómicas iranianas de Fordo, Isfahan e Natanz, a agência nuclear iraniana insistiu que o trabalho do programa nuclear do país não será interrompido.

"A Organização de Energia Atómica do Irão garante à grande nação iraniana que, apesar das conspirações malignas dos seus inimigos, com os esforços de milhares dos seus cientistas e especialistas revolucionários e motivados, não permitirá que o desenvolvimento desta indústria nacional, que é o resultado do sangue dos mártires nucleares, seja interrompido", disse a Organização de Energia Atómica do Irão, citada pela agência oficial iraniana, IRNA.

Leia Também: AO MINUTO: Instalações nucleares "destruídas"; Irão a considerar "opções"

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