Mais de 5.000 crianças em Gaza sofreram de desnutrição aguda em maio

Mais de 5.100 crianças de Gaza, entre os seis meses e os 5 anos, foram internadas para tratamento de desnutrição aguda em maio, enquanto Israel bloqueia a ajuda ao enclave retendo quase 1.000 camiões, alertou hoje a ONU.

 porta-voz da ONU, Stephane Dujarric,

© Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images

Lusa
20/06/2025 20:29 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Esse número de crianças representa um aumento de quase 50% em comparação a abril e um aumento de 150% face a fevereiro, quando um cessar-fogo esteve brevemente em vigor, indicou hoje Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, no seu 'briefing' diário à imprensa, citando dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

 

Além disso, desde janeiro, mais de 16.700 crianças --- ou 112 por dia --- foram hospitalizadas por desnutrição.

"Cada um desses casos é evitável, pois essas crianças estão a ser impedidas de receber a comida, a água e os tratamentos nutricionais de que tanto necessitam", afirmou.

Dujarric insistiu que o número de crianças desnutridas em Gaza está a aumentar "a um ritmo alarmante".

Também observou que há o equivalente a 1.000 camiões carregados com produtos de saúde, nutrição e outros que estão fora das fronteiras do enclave palestiniano e "prontos para serem entregues".

"A UNICEF apelou a Israel para que autorize urgentemente a entrega em larga escala de ajuda vital por todas as travessias de fronteira. A agência afirma que está atualmente a distribuir os poucos produtos nutricionais que consegue para a Faixa de Gaza", declarou.

O porta-voz de Guterres foi questionado sobre o ataque israelita de quinta-feira, no qual 25 habitantes de Gaza foram mortos e mais de 100 ficaram feridos por fogo do Exército enquanto esperavam para aceder a um ponto de distribuição de ajuda administrado pelo Fundo Humanitário de Gaza, uma organização patrocinada por Washington e promovida por Israel para canalizar ajuda humanitária à margem dos canais da ONU.

Sobre isso, Dujarric declarou: "Vimos as reportagens da imprensa, que são horríveis. Não sei quantas vezes precisamos dizer que ninguém deveria morrer a tentar conseguir comida. Temos um sistema de distribuição humanitária que funciona", frisou, referindo-se aos sistemas de distribuição de ajuda organizados pela ONU, que sofrem bloqueios constantes de Israel.

O porta-voz afirmou que tudo o que a ONU pede é que lhe seja permitido fazer o seu trabalho.

O Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo grupo extremista Hamas, estima que o número de mortos na ofensiva israelita, que começou em outubro de 2023, superou as 55.600 vítimas mortais, com outras 129.880 pessoas a sofrerem ferimentos.

A estes números juntam-se os cerca de 11.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Leia Também: "Elemento essencial". Israel terá violado acordo de associação com UE

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