Um sismo de magnitude 5,1 abalou, esta sexta-feira, a província de Semnan, no norte do Irão.
A informação foi avançada pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que deu conta de que o terramoto ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros, pelas 18h49 (21h49, na hora local).
Não há, para já, registo de danos, de feridos ou de mortos, de acordo com a AFP.
A agência iraniana Tasmin noticiou que o abalo ocorreu perto da cidade de Sorkheh, mas indivíduos em Teerão, Semnan, Firuzkuh, Kilan, Qom e outras regiões também sentiram o tremor de terra.
Segundo o mesmo meio, o Crescente Vermelho de Semnan disse que o terramoto teve uma magnitude de 5,5 na escala Richter, o que levou à mobilização de equipas de resposta rápida para a área afetada.
O abalo ocorreu a 17 quilómetros da cidade de Sorkheh, a 36 quilómetros da cidade de Semnan e a 41 quilómetros da cidade de Firouzkouh, na província de Teerão.
Entretanto, Israel prossegue a ofensiva desencadeada contra o Irão a 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.
Desde então, os aviões israelitas atacaram infraestruturas militares iranianas, nomeadamente sistemas de defesa aérea e instalações de armazenamento de mísseis balísticos, bem como centrais nucleares, nomeadamente em Natanz, Isfahan e Fordow.
Os bombardeamentos israelitas causaram pelo menos 224 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, mas o número deverá ser bastante superior, uma vez que os últimos dados oficiais remontam a domingo.
Israel estima, por seu lado, que os ataques iranianos já fizeram pelo menos 24 mortos e 1.217 feridos, 12 em estado grave.
Esta sexta-feira, o Governo do Irão descreveu a ofensiva militar israelita como "uma traição" ao processo diplomático com os Estados Unidos, numa intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Fomos atacados no meio de um processo diplomático. Devíamos reunir-nos com os norte-americanos no dia 15 de junho para elaborar um acordo muito promissor", declarou Abbas Araghchi, pouco antes do seu encontro com os seus homólogos francês, britânico e alemão num hotel em Genebra, na Suíça.
Na sua primeira viagem ao estrangeiro desde o início do conflito, o ministro iraniano condenou o ataque israelita como um "horrível ato de agressão", que interrompeu as negociações em curso sobre o seu programa nuclear.
A Casa Branca indicou, na quinta-feira, que o Irão tem capacidade para montar uma bomba nuclear em 15 dias se o líder supremo, Ali Khamenei, der a ordem. Contudo, o presidente norte-americano, Donald Trump, ainda não tomou nenhuma decisão sobre a participação de Washington no conflito, ao lado de Israel.
"Dado que existe uma possibilidade substancial de potenciais negociações com o Irão num futuro próximo, tomarei a minha decisão nas próximas duas semanas", afirmou, no mesmo dia, numa declaração transmitida pela porta-voz presidencial.
Os Estados Unidos e o Irão não têm relações diplomáticas. Hoje, a Suíça anunciou que vai encerrar temporariamente a sua embaixada em Teerão, mas continuará a representar os interesses de Washington na República Islâmica.
[Notícia atualizada às 20h08]
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