"Peço oficialmente ao Tribunal Constitucional que ANULE as eleições", escreveu Simion na rede social X.
"Pelas mesmas razões" que levaram à anulação do escrutínio de novembro: "INGERÊNCIA EXTERNA", acrescentou, numa mensagem acompanhada das bandeiras de França e da Moldova.
Num comunicado, o líder do partido AUR precisou em seguida ter "apresentado formalmente o pedido".
Segundo os resultados finais do escrutínio, Simion obteve 46,4% dos votos, contra os 53,6% conquistados pelo presidente da Câmara de Bucareste, o europeísta Nicusor Dan.
🇷🇴 I officially ask Constitutional Court TO ANNUL Romanian presidential elections (May 2025).
— 🇷🇴 George Simion 🇲🇩 (@georgesimion) May 20, 2025
For the very reasons December elections were annulled: EXTERNAL INTERFERENCES by state and non-state actors.
This time proven with evidence! Neither 🇫🇷, nor 🇲🇩, nor anyone else has…
Embora se tenha inicialmente declarado Presidente da Roménia, Simion admitiu mais tarde a derrota, tendo em conta a clara margem entre a sua votação e a do adversário.
O nacionalista de 38 anos, admirador do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, explicou que "não queria provocar um banho de sangue" ao contestar as eleições no domingo à noite, o que podia levar os apoiantes a sair à rua.
Mas disse ter "provas irrefutáveis (...) de uma tentativa orquestrada" de influenciar o resultado das eleições.
Depois de uma acusação virulenta, na semana passada, contra o Presidente francês, Emmanuel Macron, George Simion voltou a acusar Paris de ingerência nas eleições em favor do adversário e convocou Pavel Durov, o fundador do serviço digital de mensagens Telegram, para testemunhar em tribunal.
No domingo, Pavel Durov acusou diretamente o chefe dos serviços secretos franceses, afirmando: "Na primavera, no Salon des Batailles do Hôtel de Crillon [em Paris], Nicolas Lerner [chefe dos serviços secretos franceses] (...) pediu-me para suprimir as vozes conservadoras na Roménia antes das eleições", escreveu na rede social X.
Estas alegações foram consideradas pela Direção-Geral de Segurança Externa (DGSE, serviços secretos franceses) suficientemente graves para romper o silêncio habitual.
Na segunda-feira, "refutou energicamente as alegações segundo as quais pedidos de interdição de contas, relacionados com qualquer processo eleitoral, terão sido realizados nessa ocasião".
Após meses de tensão, a Roménia esperava finalmente virar a página com este epílogo eleitoral, mas o recurso de George Simion corre o risco de agravar o clima numa sociedade extremamente polarizada, onde grassam a desilusão e a raiva contra uma classe política considerada corrupta e arrogante.
George Simion tomou esta decisão na sequência de comentários "online" que o animaram a aceitar o desafio. Antes do anúncio, respondeu na plataforma digital TikTok: "Sim, vou fazer isso! Sem problema! Sou um lutador, não sou um cobarde, nem um traidor!".
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