Israel reivindica criação de ponte de ajuda humanitária para Gaza

A garantia foi dada pelo diretor-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Eden Bar Tal, numa conferência de imprensa destinada a jornalistas estrangeiros, a que a Lusa assistiu, para dar conta da proposta de criação de uma ponte de ajuda humanitária para Gaza integrada num novo modelo apresentado há 10 dias pelo embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee.

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© Lisi Niesner/Reuters

Lusa
19/05/2025 17:37 ‧ há 4 horas por Lusa

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A garantia foi dada pelo diretor-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Eden Bar Tal, numa conferência de imprensa destinada a jornalistas estrangeiros, a que a Lusa assistiu, para dar conta da proposta de criação de uma ponte de ajuda humanitária para Gaza integrada num novo modelo apresentado há 10 dias pelo embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee.

 

"Esse é o racional subjacente ao novo modelo norte-americano de ajuda apresentado há 10 dias pelo embaixador dos Estados Unidos e que será executado pelo COGAT [Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios]", uma unidade do Ministério da Defesa israelita encarregada de supervisionar a política civil na Cisjordânia.

O objetivo do COGAT é promover e executar as políticas do governo israelita relativas a assuntos civis, incluindo a facilitação de questões humanitárias, a promoção de projetos humanitários e a facilitação de iniciativas de infraestrutura e financeiras, em colaboração com a comunidade internacional, abrangendo organizações governamentais e não-governamentais.

Segundo Bar Tal, a ajuda "é direta para a população de Gaza, mas não para o Hamas".

"O fundo distribuirá ajuda em vários centros de distribuição localizados em áreas seguras em Gaza. As FDI não farão parte da distribuição e protegerão o perímetro dos locais de distribuição, que deverão abrir dentro dia dias", afirmou.

Hoje, assegurou Bar Tal, com o apoio de camiões, Israel começou a distribuir comida para bebés para Gaza e, nos próximos dias, vai facilitar a entrada de dezenas de camiões de ajuda humanitária, até que comecem, de facto, as operações coordenadas pelo COGAT.

"Israel está a cumprir com a lei internacional e com suas obrigações e declarações. O objetivo é abrir temporariamente as necessidades atuais até que comece a operação do COGAT. Os itens que estão a ser já distribuídos incluem farinha para as principais padarias operadas por organizações internacionais em Gaza, que receberão também alimentos para as cozinhas centrais e ainda medicamentos.

Bar Tal, ao falar sobre os aspetos políticos e militares, lembrou que Israel aceitou a proposta do especial do enviado norte-americano, Steve Witkoff, para um cessar-fogo e para a libertação dos reféns.

"Uma vez mais, o Hamas rejeitou a proposta. Por isso, Israel não tem escolha, se não retomar as operações militares para alcançar seus objetivos justos para libertar os 58 reféns ainda presos em condições desumanas nas mãos do Hamas, desmantelar as capacidades militares do Hamas e garantir que Gaza não continue a ser um perigo para os cidadãos israelitas", insistiu. 

"Esta guerra é única e exclusivamente da responsabilidade do Hamas, pois iniciou uma guerra a 07 de outubro [de 2023] com um massacre horrível. É ainda responsável pela continuação da guerra, por se recusar de libertar os nossos cidadãos reféns e a depor as armas. O Hamas pode acabar com essa guerra imediatamente, libertando os reféns e depondo as armas. A guerra termina imediatamente", afirmou.

Numa mensagem vídeo, enviada hoje à Lusa., o embaixador de Israel em Lisboa, Oren Rosenblat, saudou a iniciativa, insistindo na ideia de que a guerra pode parar imediatamente se o Hamas libertar os reféns israelitas e aceitar o cessar-fogo. 

"Nós, em Israel, aceitamos o acordo de Whitkoff, mas os terroristas do Hamas não aceitaram este acordo. Durante toda a guerra, o Hamas roubou a ajuda humanitária que chegou a Gaza e usou o resto de dinheiro para a sai máquina de terrorismo", afirmou.

O ataque do Hamas causou cerca de 1.200 mortos e levou ao sequestro de cerca de 250 reféns. A retaliação de Israel provocou cerca de 53.000 mortos em Gaza, além da destruição de grande parte das infraestruturas do território de 2,4 milhões de habitantes.

Israel retomou a ofensiva em março, pondo termo a um cessar-fogo negociado em janeiro, durante o qual trocou vários reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.

Leia Também: Médio Oriente. Dois milhões de pessoas estão a passar fome em Gaza

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