O objetivo é explorar os materiais a utilizar para a geração de energia de fusão, limpa e inesgotável.
A primeira vice-presidente do governo de Espanha e ministra das Finanças, María Jesús Montero, presidiu ao ato, juntamente com o presidente da Junta da Andaluzia, Juanma Moreno, que visitaram os edifícios já construídos no parque tecnológico de Escúzar, um município de apenas mil habitantes, onde vai ser construído o futuro acelerador de partículas.
A administração central e a autonómica vão financiar, com o apoio de outros Estados aderentes ao projeto, esta infraestrutura técnico-científica "única no mundo para combater a dependência energética e as alterações climáticas", nas palavras da ministra espanhola da Ciência, Inovação e Universidades, Diana Morant, presente também no ato.
Trata-se um acelerador de partículas linear, único no mundo, cujo objetivo é replicar as condições de radiação neutrónica que se vão produzir nos futuros reatores nucleares de fusão. Aqui, irão ser ensaiados materiais que para uso na produção dos reatores da fusão nuclear.
O investimento em causa excede os 700 milhões de euros, que pode aumentar com o eventual avanço em outras tecnologias complementares, disse Montero, que anunciou que o governo discutirá na terça-feira um acordo-quadro para afetar a esta instalação 174 milhões de euros.
As previsões iniciais apontavam para 2033 como ano de início da exploração científica nas instalações do acelerador.
As energias renováveis e limpas, como a da fusão, são "prioritárias e inegociáveis" para o governo de Espanha, realçou a vice-presidente, que se referiu a esta infraestrutura como um "desafio tecnológico colossal que pode trazer soluções para a dependência das energias fósseis".
Antes da colocação da primeira pedra do edifício central que vai acolher o acelerador, a ministra Morant e o embaixador japonês em Espanha, Takahiro Nakamae, formalizaram a adesão do país nipónico ao projeto, com a assinatura de um memorando de cooperação entre os dois Estados.
O projeto conta também com o envolvimento da Itália e da Croácia.
Moreno quantificou em seis mil milhões de euros o impacto económico estimado do projeto, que "parecia "ciência ficção há poucas décadas, mas que hoje avança para se converter em uma realidade para a humanidade".
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