Hamas continua a negociar cessar-fogo com mediadores em Doha

O grupo islamita palestiniano Hamas vai continuar a negociar com mediadores em Doha para alcançar um cessar-fogo em Gaza, apesar do impasse nas negociações e perante a nova ofensiva israelita no enclave, disse hoje uma fonte da organização.

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© REUTERS/Hatem Khaled

Lusa
19/05/2025 16:24 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Em declarações à agência noticiosa espanhola EFE, Taher al-Nono, assessor de imprensa do gabinete político da organização, afirmou que "é claro" que o Hamas continuará presente nas negociações na capital do Qatar, embora tenha referido que as conversações estão no impasse habitual entre as partes: o fim definitivo da guerra e a eliminação do grupo islamita.

 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, "continua determinado a rejeitar o cessar-fogo", referiu o responsável do Hamas.

"Ele deixou claro, assim como a sua delegação de negociação: 'Entreguem os prisioneiros [os reféns] e a guerra não terá fim até que o Hamas seja eliminado', uma meta inatingível, é claro", disse, numa troca de mensagens de texto.

O porta-voz do exército israelita, Nadav Shoshani, confirmou hoje essa posição numa conferência de imprensa, afirmando que a libertação dos reféns em Gaza interromperia a escalada das operações no enclave, mas não a ofensiva militar em si.

O assessor de imprensa do Hamas, por sua vez, denunciou a escalada de violência do exército israelita sempre que uma ronda de negociações é realizada: "Os bombardeamentos intensificam-se e aumentam em número de forma histérica e frenética".

O Hamas, juntamente com outras milícias como a Jihad Islâmica Palestiniana, mantém 58 reféns em Gaza, dos quais cerca de 20 ainda estão vivos (autoridades israelitas estimaram o número em 23, embora tenham reconhecido nas últimas semanas que não sabem o estado de três deles).

Benjamin Netanyahu enviou uma delegação de negociação ao Qatar em 13 de maio para uma nova ronda de negociações, embora ainda não tenham surgido detalhes sobre a proposta discutida pelas partes.

Netanyahu afirmou então que essas negociações eram "o último esforço" para promover a proposta atribuída ao enviado da Casa Branca (presidência norte-americana) para o Médio Oriente, Steve Witkoff, antes da escalada dos ataques.

No entanto, as negociações indiretas continuam, e Israel intensificou os bombardeamentos no fim de semana, desde quando o exército matou cerca de 100 pessoas por dia em Gaza.

Além disso, no domingo, também anunciou a intensificação da operação terrestre em Gaza como uma nova ofensiva, apelidada de "Carruagens de Gideão".

A proposta de Witkoff prevê uma extensão de algumas semanas da primeira fase do cessar-fogo (que permite que Israel mantenha os seus militares na Faixa), durante a qual cerca de metade dos reféns restantes seriam libertados.

No domingo, a imprensa israelita especulou que as delegações estavam a abordar uma proposta que incluía a libertação de todos os reféns em troca do fim da guerra.

Taher al-Nono indicou que o grupo esperava receber informações sobre este assunto dos mediadores (Estados Unidos, Egito e Qatar) no domingo à tarde.

Questionado hoje sobre o assunto, o membro do Hamas disse apenas: "Infelizmente, a ocupação [Israel] é teimosa e não leva a sério a questão do cessar-fogo".

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023 que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

A retaliação de Israel provocou cerca de 53.000 mortos em Gaza, além da destruição de grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007.

Leia Também: Pelo menos 136 mortos em ataques israelitas em Gaza no domingo

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